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Wagner diz que resultado da comissão ficou dentro das expectativas

11/04/2016 22h25

O ministro-chefe do gabinete pessoal da Presidência, Jaques Wagner, disse nesta segunda-feira que o resultado da comissão especial do impeachment pelo encaminhamento do pedido de abreviação do mandato da presidente Dilma Rousseff já era esperado pelo governo, mas que essa derrota sofrida pelo Palácio do Planalto não deve ser reproduzida no plenário da Câmara. Em relação às perspectivas para o dia seguinte ao sepultamento do impeachment previsto pelo governo na votação em plenário, Wagner afirmou que o Palácio do Planalto adotará um tom de humildade e vai esperar serenidade de adversários do governo, inclusive para por fim ao "processo que tem atrapalhado o país" desde o início do segundo mandato de Dilma.

Ainda na avaliação do ministro, com a perspectiva de que o pedido de impeachment não prosperará, o vice-presidente Michel Temer deveria renunciar ao cargo em função do "mal estar muito grande" decorrente de todo o processo. Wagner disse ainda conseguir imaginar que Temer tenha produzido a mensagem vazada nesta segunda-feira vestido com uma faixa presidencial em frente ao espelho. Segundo o ministro, Dilma recebeu com perplexidade e tristeza a informação sobre o conteúdo da mensagem gravada por Temer.

"Os contra o governo, que pregam esse golpe dissimulado, podem comemorar o número, mas eles têm consciência que esse número não dá a eles o resultado que eles gostariam. Vamos continuar trabalhando até o dia da votação em plenário", disse o ministro em entrevista à imprensa no Palácio do Planalto. Antes do final da votação, o ministro postou em sua conta no Twitter que o governo sairá vitorioso com mais de 200 votos contrários ao impeachment na votação em plenário domingo.

A comissão especial da Câmara aprovou a admissibilidade do pedido de impeachment por 38 votos favoráveis e 27 contrários - o ministro definiu os deputados que votaram contra o encaminhamento do impeachment como "heróis da democracia, mais do que defensores do governo". Wagner destacou que, no início do processo, adversários do Palácio do Planalto apostavam em uma derrota para o governo por um número "bastante significativo". De acordo com o ministro, a presidente recebeu o resultado da votação desta segunda-feira "com tranquilidade".

Ao dedicar parte da entrevista convocada no Palácio do Planalto para criticar Temer, Wagner afirmou que foi "produzido" o vazamento de mensagem com um esboço de discurso antecipado de vitória do vice-presidente, o que "macula sua própria história, rasga uma fantasia e assume o papel que antes poderia estar escondido de patrocinador e maior beneficiário desse golpe parlamentar e dissimulado".

"Não me consta que ele tenha nenhuma bola de cristal para presumir como ia ser a votação domingo. Então ele pode ficar desmentido no domingo e um pouco sem saída porque uma vez desmentido o que ele disse só sobraria para ele talvez a renúncia do cargo", disse o ministro. "Depois de assumir a conspiração, o mínimo de coerência com o que ele fez (...) era ele renunciar, porque vai ficar um clima absolutamente insustentável, insuportável", disse o ministro, assentindo com a avaliação de que não há mais relação viável entre os dois.