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BC amplia atuação no câmbio e dólar fecha em alta

02/05/2016 17h41

O dólar fechou em alta frente ao real, acompanhando o movimento no exterior. A valorização da moeda americana no mercado local foi intensificada pelas atuações do Banco Central, que voltou a ampliar a intervenção no câmbio, após a moeda ter recuado para abaixo de R$ 3,50.

Hoje o BC vendeu o lote integral de 40 mil contratos de swap cambial ofertado no leilão, operação que equivaleu a uma compra de US$ 2 bilhões no mercado futuro.

O dólar comercial subiu 1,47% encerrando a R$ 3,4893. Já o contrato futuro para junho avançava 1,66% para R$ 3,525.

Investidores ainda reagiram à perspectiva de que, mesmo em um possível mandato do vice-presidente Michel Temer, o governo não quer ver o câmbio mais valorizado, o que poderia prejudicar a competitividade das exportações. Essa avaliação foi reforçada por matérias, divulgadas no fim de semana, que apontam que Michel Temer teria sinalizado que quer evitar uma queda mais acentuada do dólar para não atrapalhar na recuperação da economia.

Hoje o Ministério da Fazenda informou hoje que a alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a compra de moeda em espécie passou de 0,38% para 1,1%.

Segundo o diretor de câmbio da NGO corretora, Sidnei Nehme, a medida deve impactar principalmente as operações de câmbio turismo e é vista como mais uma ação para aumentar a arrecadação fiscal.

O diretor de tesouraria responsável por vendas do Santander, Luiz Masagão Ribeiro, também acredita que a medida deve encarecer o custo para a compra de câmbio turismo, mas tem impacto marginal para o mercado de câmbio, uma vez que o volume de operações é muito pequeno.

Masagão lembra que das alternativas para contratação de câmbio para viagem ao exterior, a compra de papel moeda ainda tem um custo menor a compra via cartões pré-pago ou pagamento pelo cartão de crédito, cuja alíquota de IOF incidente em ambos os casos é de 6,38%.

O decreto 8.731 publicado hoje também esclarece que o pagamento antecipado de empréstimos externos inferior ao prazo mínimo da operação e cuja amortização seja realizada após seis meses da contratação estão isentos de IOF. "Empresas que contrataram empréstimos no passado quando o prazo mínimo para isenção de IOF era maior, chegando a cinco anos, não precisam esperar o prazo mínimo dessas operações para fazer o pagamento antecipado e estão isentas de IOF se a liquidação da operação for com prazo superior a seis meses", afirma Ribeiro, que destaca que isso é mais uma medida que incentiva um aumento do fluxo de saída de dólares do país.