Escritórios americanos estudam abrir ação coletiva contra a Gerdau

Cinco escritórios americanos de advocacia especializados em disputas envolvendo direito societário estudam abrir uma ação coletiva nos Estados Unidos contra a Gerdau, por perdas sofridas por investidores da empresa, em razão do envolvimento da siderúrgica nas investigações da operação Zelotes - que apura casos de corrupção.

Os escritórios Goldberg Law, Levi & Korsinsky, Rosen Law, Faruqi & Faruqi e Bronstein, Gewirtz & Grossmann alegam que, em razão de acusações de que a Gerdau e seus executivos praticaram atividades ilegais e evasão fiscal, os preços dos recibo de ações (ADR) da companhia na Bolsa de Nova York (Nyse) sofreram desvalorizações significantes, dando prejuízo aos detentores desses títulos.

Na segunda-feira, 16, a Polícia Federal (PF) concluiu um relatório sobre inquérito da Gerdau, no qual indicia 19 pessoas, entre conselheiros e ex-conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), advogados e membros da diretoria responsável da empresa investigada por tentar sonegar R$ 1,5 bilhão, além de crimes de lavagem de dinheiro, pagamento de propina e uso de influência para interesse próprio.

Com essas notícias, as ADRs da Gerdau na Nyse caíram de US$ 1,72 no dia 16 para US$ 1,59 no dia 17, o que representa uma desvalorização de 7,5% ou de US$ 0,13.

Desta forma, os escritórios entendem que quem detinha ADR da Gerdau nesse período pode participar do processo para começar a ajuizar uma ação coletiva. Após isso, a Justiça americana precisa ainda "certificar" a classe de acionistas, que deve ser relevante para justificar o processo.

Situações similares aconteceram com investidores da Petrobras, Vale, Eletrobras e Braskem, que também perderam dinheiro com ADRs dessas empresas em decorrência de investigações sobre corrupções no Brasil. No caso dessas quatro companhias, foram ajuizadas ações coletivas, após os escritórios terem encontrado um investidor líder e um juiz americano ter aceito o processo.