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Anfavea cobra estímulo a fornecedores na revisão do Inovar-Auto

13/06/2016 14h31

A Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no país, defendeu nesta segunda-feira medidas de estímulo à cadeia de suprimentos na renovação do regime automotivo conhecido como Inovar-Auto.

Para o presidente da associação, Antonio Megale, os fornecedores de componentes automotivos não tiveram incentivos suficientes na política industrial em curso e, por isso, encontram-se em situação fragilizada.

"O que poderia ter sido feito melhor e precisa ser trabalhado [no Inovar-Auto] é como fortalecer a cadeia de autopeças, que está bastante fragilizada", disse Megale durante participação em seminário organizado na capital paulista pela Autodata, agência de notícias especializada no setor. "A recuperação de volume ajuda, mas temos que olhar isso com bastante profundidade."

Editado em outubro de 2012, o Inovar-Auto vence no fim do ano que vem. Em linhas gerais, a política protegeu a indústria automobilística nacional do avanço de produtos importados e concedeu incentivos para pesquisas e desenvolvimento nas montadoras que, como contrapartida, tiveram que se comprometer a tornar mais econômicos e, como consequência, menos poluentes os automóveis que vendem no Brasil.

O programa também obriga as montadoras a comprar peças nacionais para abater uma sobretaxa de 30 pontos percentuais do IPI. Apesar disso, Megale considerou que tal condição não deu o impulso que se esperava à indústria de componentes. "É uma questão que precisa ser melhorada", disse mais tarde a jornalistas, sem detalhar, porém, quais tipos de estímulos podem ser propostos.

Hoje, Megale frisou que o fortalecimento da cadeia de suprimentos deve ser inserido entre os pilares da próxima edição do Inovar-Auto, junto com as condições, que já estão no regime atual, de eficiência energética e pesquisa e desenvolvimento. Ele defendeu que o setor de autopeças precisa ter competitividade não apenas para atender à indústria local, mas também para exportar.

Segundo o executivo, as primeiras discussões conjuntas entre o governo e a iniciativa privada - incluindo o Sindipeças, que representa os fabricantes de autopeças - começaram há duas semanas. "Estamos atrasados nas discussões", disse Megale. "Estamos analisando o que foi bem feito e o que não foi bem feito no Inovar-Auto."