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Mercados operam de olho em referendo sobre saída do Reino Unido da UE

22/06/2016 14h00

Os ativos de risco no mundo têm um dia de alívio na véspera do referendo em que o Reino Unido decidirá se deixará a União Europeia. Os movimentos são positivos, mas sem grandes variações. No Brasil, câmbio e juros reagem a esse ambiente favorável ao risco. Já o Ibovespa tem um dia volátil. As ações da Oi, que não fazem parte do índice, se recuperam e sobem nesta sessão.

Câmbio

O dólar volta a cair ante o real nesta quarta-feira, em sintonia com os negócios no exterior. O mercado monitora comentários da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, enquanto se prepara para o referendo sobre a permanência ou não do Reino Unido na União Europeia (UE).

Às 13h40, o dólar comercial caía 1,01%, a R$ 3,3732. No mercado futuro, o dólar para julho cedia 1,05%, a R$ 3,3885.

O real é a segunda moeda que mais sobe hoje ante o dólar, atrás apenas do peso colombiano, considerando uma lista de 33 divisas. Operadores dizem que o mercado segue atento a expectativas de fluxo com o desmonte de "hedge" em derivativos internacionais voltados a proteger credores de um calote da Oi. Notícias de que a operadora poderia ser comprada por investidores estrangeiros também são comentadas.

Bolsa

O Ibovespa tem um dia volátil, numa tentativa de acompanhar os sinais positivos do exterior. O índice chegou a cair 0,51% e, na máxima, a alta atingiu 0,78%. Às 13h40, caía 0,22%, para 50.726 pontos.

Segundo operadores, o índice varia pouco antes da votação, amanhã, da saída do Reino Unido da União Europeia (UE). O Ibovespa subiu por cinco pregões seguidos, acumulando nesse período ganho de 4,5%, o que abre espaço para que os investidores embolsem lucros.

A virada do petróleo, que passou a cair, tirou o brilho das ações de Petrobras, afetando o desempenho do índice. As ações PN subiam apenas 0,42%, depois de terem figurado entre as maiores altas da abertura, e as ON caíam 0,25%. O petróleo nos EUA recua 1,46%.

A alta do minério de ferro hoje, de 2,79% em Qingdao, para US$ 52,29, deixa as ações da Vale entre os melhores desempenhos do Ibovespa. Vale PNA sobe 3,86% e Vale ON avança 3,53%.

Do lado negativo, Kroton cai 2,1% e Estácio recua 1,71%. Os papéis devolvem ganhos depois da notícia de ontem de que a Kroton melhorou os termos da proposta de fusão das duas companhias.

Fora do Ibovespa, as ações da Oi se recuperam do tombo de ontem, após anúncio de pedido de recuperação judicial. Oi ON avançava 8,7%, para R$ 1,25, e a PN subia 7,41%, para R$ 0,87. Ontem, as ações PN da Oi caíram 17,17% e as ON recuaram 9,52%, mas os papéis não estão no Ibovespa. Em relatório, analistas do Scotiabank afirmam que a Oi pode ser forçada a vender sua divisão de telefonia móvel para pagar dívidas.

Juros

Os juros futuros operam em queda na BM&F, acompanhando a desvalorização do dólar em meio a um ambiente mais propício a risco no exterior.

O mercado segue atento às indicações do governo sobre a evolução do ajuste fiscal. Ontem, em entrevista à "Globo News", o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, destacou a importância de se limitar gastos por meio de emenda à Constituição, uma vez que, para ele, o problema da despesa pública no Brasil é estrutural. Meirelles afirmou ainda que o governo está trabalhando na reforma da Previdência, com possibilidade de idade mínima de 65 anos para aposentadoria.

O DI janeiro de 2021 - mais associado à percepção de risco estrutural da economia - estava em 12,430% ao ano, contra 12,470% no ajuste da véspera.

O DI janeiro de 2018 marcava 12,660%, estável. Já o DI janeiro de 2017 indicava 13,735%, frente a 13,725% no ajuste anterior.