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Dólar renova mínimas em quase um ano ante real

23/06/2016 10h15

O dólar renovou a mínima em 11 meses ante o real nesta quinta-feira, enquanto os juros futuros também caem, em movimentos que espelham o apetite por risco no exterior, diante do aumento das apostas de que o Reino Unido ficará na União Europeia (UE) findo o referendo que decidirá o destino do país no bloco.

A queda do dólar para a faixa de R$ 3,34 torna a direcionar as atenções para as chances de uma intervenção do Banco Central (BC) via swaps cambiais reversos - cujo efeito é de compra de dólares no mercado futuro.

Analistas dizem que o BC tende a esperar a definição do referendo no Reino Unido e também a aprovação pelo Senado Federal dos novos diretores indicados pelo presidente do BC, Ilan Goldfajn. Ainda assim, qualquer queda da cotação para novas mínimas já é suficiente para deixar o mercado mais ansioso.

A última atuação por intermédio de swaps reversos ocorreu em 18 de maio. Desde aquela ocasião, o dólar já caiu cerca de 6%, saindo de R$ 3,56 para R$ 3,34. Esse movimento amplia a valorização da taxa efetiva real de câmbio brasileira, reduzindo a competitividade das exportações.

O BC fará atuação no mercado de câmbio nesta quinta-feira, mas via linha de dólar. A autoridade monetária conduzirá operação para rolar o vencimento de US$ 4,4 bilhões que expiram no começo de julho. Leilões de linha costumam impactar mais o mercado de cupom cambial, já que mexem diretamente com as condições de liquidez em moeda estrangeira.

Às 10h06, o dólar comercial recuava 0,83%, a R$ 3,3499. Na mínima, ficou em R$ 3,3396, novo piso desde 31 de julho de 2015 (R$ 3,3363).

No mercado futuro, o dólar para julho cedia 1,02%, para R$ 3,3515.

A firme queda do dólar tem efeito limitado nos DIs, contudo, conforme as taxas assimilam riscos de instabilidade vindos do noticiário político local. O leilão de Letra do Tesouro Nacional (LTN) previsto pelo Tesouro Nacional também colabora para amenizar a queda das taxas futuras de juros, com o mercado à espera ainda de declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Investidores amanheceram com a notícia da prisão do ex-ministro do Planejamento dos governos Lula e Dilma Paulo Bernardo (PT-PR). A operação, batizada de Custo Brasil, é um desdobramento da fase Pixuleco 2 da Operação Lava-Jato, deflagrada em 13 de agosto de 2015.

Paulo Bernardo deverá ficar por ora na custódia da PF em São Paulo. A Custo Brasil apura esquema de desvios de recursos envolvendo a Consist Software e outras empresas que atuavam em contratos com o Ministério do Planejamento. Também estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão e outros de prisão preventiva.

O DI janeiro de 2021 recuava a 12,470% ao ano, ante 12,490% no ajuste da véspera. O DI janeiro de 2018 caía a 12,670%, frente a 12,690% no último ajuste. E o DI janeiro de 2017 tinha taxa de 13,735%, contra 13,740% no ajuste anterior.