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TIM reduz meta de investimentos no Brasil em 11%

26/07/2016 15h36

A TIM reduziu em 11% a projeção de investimentos no Brasil entre 2016 e 2018, segundo relatório de resultados do segundo trimestre. A estimativa passou de R$ 14 bilhões para R$ 12,5 bilhões no período de três anos.

A segunda maior operadora de telefonia móvel do país elevou as metas de cobertura nos próximos três anos. A empresa estima levar a tecnologia 4G a 92% da população urbana até 2018, ante 87% na previsão anterior. A estimativa de cobertura 3G passou de 86% para 93% em igual base de comparação. Em 2015, o 4G da TIM estava em 59% das áreas urbanas e, o 3G, em 82%.

A TIM divulgou seus resultados na noite de segunda-feira. A receita líquida caiu 12,4% na comparação anual, para R$ 3,82 bilhões. Os segmentos com maior queda na receita, em bases anuais, foram interconexão, longa distância, assinaturas e utilização. A baixa no uso é reflexo da desaceleração econômica, do aumento do uso de aplicativos de mensagens e da queda da tarifa de interconexão, tendências vistas nos trimestres anteriores.

Enquanto as receitas com serviços tradicionais caíram, as receitas com serviços de valor agregado subiram 10,5% no trimestre, pois a receita inovativa (serviços de conectividade e conteúdo) se tornou mais relevante no resultado.

A TIM reportou lucro líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 74,45 milhões no segundo trimestre deste ano, queda de 92,1% em relação ao mesmo período de 2015.

A empresa reconhece alguns primeiros sinais de melhora na economia, como a estabilidade política, a melhor perspectiva para o Produto Interno Bruto (PIB), a melhora na confiança do consumidor, a taxa de câmbio mais branda e a inflação de volta a patamares mais baixos.

Seletiva

A empresa afirma que a redução de investimento não coloca em risco a infraestrutura para atender o serviço de dados.

Já o programa de redução de custos, que era de R$ 700 milhões, terá o incremento de mais R$ 1 bilhão.

Segundo a companhia, o programa de economias também não vai prejudicar a evolução da cobertura porque a maior parte do trabalho foi feita e o redimensionamento para áreas-chave vai contribuir para a negociação com fornecedores, disse o presidente, Stefano de Angelis, em teleconferência com analistas.

O executivo, no cargo desde maio, afirmou que a empresa trabalha com a expectativa de aproveitar ao máximo a liberação da frequência de 700 megahertz (MHz) do 4G como parte da estratégia de melhorar a eficiência.

A tecnologia de 700 MHz permite melhorar a qualidade de cobertura em ambientes internos nas grandes cidades e ter um número reduzido de antenas. Assim, a empresa teria menos gastos em infraestrutura e custos menores com energia, por exemplo.

A TIM espera iniciar a operação na frequência de 700 MHz no Rio e São Paulo em 2018. A faixa está em processo de liberação.

O capex de 2016 deve se recuperar no segundo semestre, também como reflexo de um movimento sazonal, pois a primeira metade do ano costuma concentrar menos aportes que os últimos seis meses do ano, disse Angelis.

A TIM tende a se ancorar na tecnologia 4G e na negociação com fornecedores para obter mais eficiência em seu negócio.

De acordo com o presidente da operadora, a TIM continuará a elevar seus investimentos em internet fixa, mas de forma mais seletiva. O executivo disse a empresa tem uma grande oportunidade de negociação com fornecedores. "Temos dinheiro na mão e a oportunidade de ter um ganho que era inimaginável anos atrás", afirmou Angelis.

Leonardo Capdeville, diretor de tecnologia da operadora, disse que a empresa não vai reduzir o plano de investimentos em fibra ótica, mas focar sua atuação na faixa de 700 Mhz do 4G e na redução de custos.