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Queda do Bradesco puxa Bovespa para baixo

28/07/2016 17h51

Notícias corporativas fizeram com que o Ibovespa interrompesse o movimento de lateralidade em que vinha operando nos últimos dias e fechasse em baixa. O principal indicador da bolsa de valores caiu 0,33% para 56.667 pontos, em um movimento de realização de lucros. A tendência de alta no médio prazo, no entanto, não está descartada. Neste mês, o Ibovespa acumula alta de 9,98%.

A empresa que mais contribuiu para a baixa da bolsa foi o Bradesco. Pela manhã, o banco informou que teve um lucro liquido ajustado de R$ 4,161 bilhões no segundo trimestre, número que aponta queda de 7,6% sobre o resultado obtido no mesmo período do ano passado. Mais tarde, a Procuradoria da República no Distrito Federal (PRDF) apresentou denúncia contra executivos do Bradesco, empresários, advogados e servidores da Receita Federal dentro da Operação Lava-Jato. À tarde, em coletiva à imprensa, a PRDF informou que os diretores do Bradesco participavam de reuniões com plena anuência do presidente do banco; que as provas contra o banco são cabais e que a investigação envolveu interceptação de e-mails, conversas telefônicas e fotos de reuniões entre os envolvidos. Em nota, o Bradesco informa que "reitera sua convicção de que nenhuma ilegalidade foi praticada".

AS ações do Bradesco ON caíram 2,88% e Bradesco PN teve baixa de 4,44%, puxando para baixo as demais ações das demais instituições financeiras. Os papéis do Banco do Brasil ON caíram 3,77%, Itaú Unibanco PN teve baixa de 1,10% e Santander Unit teve baixa de 1,24%. Como os papéis do sistema financeiro têm uma participação significativa no Ibovespa, o índice fechou em baixa.

O giro financeiro com as ações do Bradesco PN chegou a R$ 654,055 milhões, o maior movimento com ações do dia. O segundo papel mais negociado foi a ação preferencial da Petrobras, que movimentou R$ 459,249 milhões. O Ibovespa registrou movimento financeiro de R$ 5,5 bilhões.

A ação que mais caiu no dia foi Pão de Açúcar PN, com queda de 10,40%, depois que a companhia anunciou que teve prejuízo líquido de R$ 276 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro de R$ 66 milhões do mesmo período do ano passado. "A safra de balanços sempre incomoda o mercado, a bolsa mantém a tendência de alta, mas está buscando um novo patamar de sustentação", diz Álvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais Homebroker.

A baixa das ações da Petrobras também contribuíram para o desempenho negativo do Ibovespa. As ações da Petrobras ON caíram 1,91% e Petrobras PN teve baixa de 0,60%, acompanhando a baixa no preço do barril do petróleo no mercado internacional. O petróleo tipo WTI para setembro caiu 1,9%, a US$ 41,14 o barril, o contrato de petróleo do tipo Brent para setembro teve baixa de 1,8%, a US$ 42,80. "O Ibovespa cai com a baixa das ações dos bancos e também da Petrobras, que têm peso importante na composição do índice", disse Christian Laubenheimer, da Platinum Investimentos.

Outra empresa que anunciou o resultado financeiro foi a Usiminas, que divulgou que o balanço do segundo trimestre e mostrou prejuízo líquido de R$ 129,4 milhões, uma redução de 78,5% em relação ao prejuízo registrado no mesmo período do ano passado. As ações da companhia subiram 2,41%.

A Vale anunciou um lucro de R$ 9,896 bilhões no primeiro semestre deste ano, ante prejuízo de R$ 4,395 bilhões em igual período do ano passado. As ações da Vale ON subiram 0,63% e Vale PNA teve baixa de 0,79%.

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) registrou prejuízo líquido de R$ 276 milhões no segundo trimestre, revertendo o lucro de R$ 66 milhões do mesmo período do ano passado. As ações do Pão de Açúcar caíram 10,40%, a maior baixa do dia.

A Natura informou, ontem, que teve lucro líquido de R$ 91 milhões no segundo trimestre, o que representa uma queda de 22% em relação ao mesmo período do ano passado. Os papéis da companhia subiram 10,13% no pregão de hoje. Para analistas, o trimestre representou o início da recuperação do negócio no Brasil, após muitos esforços para diversificar os canais de vendas, melhorar as ferramentas tecnológicas e treinar as consultoras para estancar a perda de participação no mercado.