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Juro do cartão fica estável em julho, mas mantém maior taxa desde 1995

08/08/2016 09h56

Sem dar trégua, as taxas de juros das operações de crédito subiram em julho, completando 22 meses consecutivos de alta, de acordo com levantamento divulgado nesta segunda-feira pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

A elevação, no entanto, foi mais moderada em relação à registrada em meses anteriores. A taxa média para pessoa física pulou de 8,06% mensais em junho (153,5% ao ano) para 8,09% ao mês em julho (154,35% anuais). Conforme a pesquisa, trata-se do maior percentual desde setembro de 2003, quando o juro foi de 8,13% ao mês e 155,48% anuais.

No rotativo do cartão de crédito - modalidade mais cara do mercado -, os juros ficaram estáveis entre junho e julho. No mês passado, a linha apresentava taxa média de 15,22% ao mês, equivalente a 447,44% anuais. Mesmo com a estabilidade, o percentual ainda é o maior desde outubro de 1995 - na época, a taxa estava em 15,43% mensais e 459,53% ao ano.

No cheque especial, os juros atingiram o maior nível desde março de 1999. A taxa subiu para 12,1% ao mês (293,79% anuais) em julho, ante os 11,92% mensais (286,27% ao ano) apurados em junho.

Já no empréstimo pessoal em bancos, os juros recuaram, passando de 4,63% ao mês (72,14% anuais) em junho para 4,59% mensais (71,35% ao ano) em julho. Mesmo assim, o percentual é o mais elevado desde março deste ano, quando a taxa apurada foi de 4,58% ao mês e 71,15% anuais.

Das seis modalidades de crédito para pessoa física pesquisadas pela Anefac, três (cheque especial, CDB-bancos-financiamento de automóveis e empréstimo pessoal em financeiras) apresentaram elevação na taxa média de juros. O empréstimo pessoal em bancos e os juros do comércio, por sua vez, tiveram reduções.

Pessoa jurídica

Das três linhas de crédito para empresas (capital de giro, desconto de duplicatas e conta garantida), todas subiram em julho, segundo a Anefac. Modalidade mais cara, a conta garantida mostrou juros de 8,23% ao mês (158,33 anuais) em julho, ante 8,05% (153,22% ao ano) em junho.

A taxa de juros média geral para pessoa jurídica passou de 4,63% ao mês (72,14% ao ano) em junho para 4,72% ao mês (73,92% ao ano) em julho - maior patamar desde agosto de 2003 (4,86% ao mês e 76,73% ao ano).

Perspectivas

Segundo a Anefac, a tendência é de que os juros sigam a trajetória de elevação nos próximos meses. Contudo, a expectativa quanto à diminuição da Selic ainda este ano pode mudar esse cenário. "Este fato pode contribuir para a redução das taxas de juros das operações de crédito", afirma, em nota, Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas.