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Bovespa encerra a semana em queda em meio a cautela e foco no Fed

26/08/2016 18h11

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, chega à sexta-feira acumulando queda de 2,34%. Hoje, o índice oscilou acompanhando as notícias vindas dos Estados Unidos e chegou a subir 1,62% e a recuar 0,80%. No final do dia, o Ibovespa fechou com leve baixa de 0,01% aos 57.716 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 5,8 bilhões, praticamente dentro da média diária do mês, que é de R$ 5,6 bilhões. De acordo com operadores, o mercado manteve a cautela e a maior parte das operações de compra e venda foram concluídas durante o dia.

O Ibovespa começou o dia em alta e a valorização das ações ganhou força após o discurso da presidente do banco central americano, Fed, Janet Yellen. Ela afirmou que o argumento por aumento das taxas de juros se fortaleceu nos últimos meses. Mas depois disse que "mesmo se as taxas de juros ficarem mais baixas do que a média do mês passado, a política será capaz de responder efetivamente". Também afirmou que o Fed pode fornecer uma política mais acomodatícia, caso a expansão seja fraca no curto prazo, e que a taxa de juros neutra deve permanecer muito baixa se a produtividade continuar a crescer lentamente.

O discurso dividiu a opinião dos investidores, mas foi visto como positivo. "Num primeiro momento, o discurso foi avaliado como positivo, já que a elevação dos juros pode ocorrer devido à aceleração da economia. Os Estados Unidos são a locomotiva do mundo e se eles crescem o resto do mundo também cresce", diz Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.

Mas logo depois, o bom humor do mercado azedou. O vice-presidente do Fed, Stanley Fischer, disse em entrevista à CNBC, canal americano dedicado a negócio, que o discurso de Yellen poderia sugerir até duas altas de juros ainda neste ano. Segundo Fischer, a decisão de elevar a taxa de juros será tomada com base no futuro, não no passado, e que os dados do "payroll", relatório de emprego que sai na sexta-feira que vem, serão importantes neste processo. "Estamos razoavelmente próximos do que é considerado pleno emprego. A taxa de inflação neste ano está mais alta do que no ano passado. Ela ainda não está em 2%, mas está crescendo", diz.

Os mercados não reagiram ao segundo dia de votação do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. "Quem determinou o movimento do mercado foi o Fed. O processo de impeachment não mexeu com os mercados hoje", diz Figueredo. Pelo calendário inicial, a presidente Dilma Rousseff poderá fazer sua defesa aos senadores na próxima segunda-feira.

Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, os destaques de alta ficaram com os papéis da Usiminas PNA, que subiram 6,54%, seguidos por Fibria ON, com valorização de 2,64% JBS ON, com alta de 2,23%.

Na manhã de hoje, os sócios da Usiminas que fazem parte do bloco de controle da empresa afirmaram, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que não têm, até o momento, nenhuma decisão a respeito de uma possível divisão da siderúrgica, pois nenhuma proposta nesse sentido teria sido encaminhada à companhia. Na quarta-feira, a CSN se posicionou de maneira mais firme contra a possível divisão da Usiminas entre seus controladores e informou que prepara um estudo para mostrar a destruição de valor que a empresa separada poderia trazer.

Na ponta oposta, as maiores baixas estavam com Cesp PNB, que teve queda de 4,45%, seguida pelas ações PNB da Copel, que caíram 3,28% e pelas ações ordinárias da Natura, com queda de 2,61%. A Cesp informou que o banco Credit Suisse reduziu sua participação em ações PNB da companhia de energia para 4,97%, totalizando 10,47 milhões de papéis. Segundo o último formulário de referência da companhia, de 28 de julho, o banco suíço possuía 5% das ações do tipo.