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Vendas de veículos caem 17,2% em outubro ante 2015, aponta Anfavea

07/11/2016 13h25

(Atualizada às 12h34) O mercado de veículos em outubro permaneceu praticamente estável em relação à setembro e não há ainda indicativos de reação nas vendas. Em comparação com outubro de 2015, a retração chegou a 17,2%, com 159 mil automóveis, caminhões e ônibus licenciados.

O segmento de caminhões puxou o resultado negativo. Num resultado que o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, chamou de "dramático" o emplacamento de caminhões no mês passado, que somou 3,4 mil unidades, queda de 40,4% na comparação com o mesmo mês de 2015.

No mercado de carros, o consumidor ainda mostra pouco entusiasmo para assumir dívidas. Os planos de financiamentos representaram fatia de 51,7% das vendas totais. Apesar disso, os fabricantes esperam por dias melhores. "A pesquisa da CNI mostra que ainda há receio de perder o emprego, mas menos do que nos últimos meses", destacou Megale na apresentação do desempenho mensal do setor.

No acumulado do ano, o volume de emplacamentos de veículos registrou queda de 22,3%, totalizando 1,6 milhão de unidades. "Ainda não vemos uma retomada; esperamos essa recuperação mais para o fim do ano", disse o presidente da Anfavea.

Produção

A produção de veículos recuou 15,1% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado. O total de 174,1 mil unidades representou, no entanto, um aumento de 2,3% na comparação com setembro. No acumulado do ano até outubro - 1,7 milhão de veículos -, houve queda de 17,7% na produção, em base anual.

"Algumas empresas ainda não produziram na sua plenitude", afirmou Megale. O dirigente disse que as montadoras tendem a registrar uma produção mais forte em novembro e dezembro e há expectativa de volumes até superiores na comparação com o ano passado.

Apesar disso, os estoques nos pátios das fábricas e concessionárias permaneceram praticamente inalterados. O volume é suficiente para 40 dias de vendas no mercado interno.

Exportações

A indústria automobilística conseguiu no mês passado compensar no exterior parte da queda de demanda no mercado doméstico. Em outubro, as vendas externas somaram receita de US$ 808,9 milhões, o que representou um aumento de 10,1% em relação ao mesmo mês de 2015.

Por outro lado, no acumulado do ano até outubro, o faturamento com a venda de veículos a outros países somou US$ 7,1 bilhões, um recuo de 3,2% em bases anuais.

Empregados

As montadoras fecharam 1.371 vagas em outubro, passando a 106,7 mil empregados, o que representou uma queda de 1,3% em relação ao mês anterior e de 8,7% na comparação com outubro de 2015. "Tivemos que fazer alguns ajustes", disse o presidente Anfavea. Há um ano quase 117 mil pessoas trabalhavam na indústria automobilística.

Sem retomada na produção, as montadoras continuam a recorrer a programas de flexibilização de jornada e afastamento de pessoal. Segundo Megale, 7,7 mil trabalhadores estão envolvidos nesses programas - total que supera o número de setembro. Desses, 2,4 mil estão em casa por meio do chamado ?layoff' (suspensão temporária dos contratos de trabalho) e 5,3 mil integram o Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que inclui complementação salarial com recursos públicos, do Fundo se Amparo ao Trabalhador (FAT).