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Bovespa oscila e fecha em alta; ações de siderúrgicas sobem

14/11/2016 18h50

A véspera do feriado de Proclamação da República foi um dia de volatilidade para o mercado de ações. O Ibovespa chegou a cair 1,45% e depois atingiu a máxima de 1,31% para fechar com alta de 0,80% aos 59.657 pontos. De acordo com operadores, a volatilidade deve continuar nos próximos dias com o receio dos investidores em relação ao governo do presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump.

Segundo o analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora, até o final do ano a bolsa deve manter a lateralidade ao redor dos 60 mil pontos por conta das incertezas em relação ao governo Trump. A eleição de Trump mudou o cenário para os mercados emergentes.

A avaliação de Figueredo é de que como os Estados Unidos estão em uma situação de pleno emprego, a expansão fiscal que pode ocorrer no governo Trump deve levar ao aumento da inflação. "Com isso, surge uma nova questão que é quanto mais os juros americanos podem subir", diz.

A elevação dos juros nos Estados Unidos não beneficia os países emergentes. "O fluxo de recursos estrangeiros não deve voltar com intensidade para o Brasil até que a magnitude do aumento de juros nos Estados Unidos fique mais clara", diz Figueredo. Ele considera que até o final do ano, o Ibovespa pode oscilar entre 56 mil e 60 mil pontos.

O destaque do dia foram as ações das empresas de siderurgia e mineração, que tiveram forte alta. De acordo com operadores, um banco estrangeiro divulgou um relatório em que projeta que o preço do aço pode subir 20% por ano nos próximos cinco anos caso Trump cumpra a promessa de acelerar os investimentos em infraestrutura.

As ações preferenciais da Gerdau subiram 10,40%, os papéis preferenciais da Gerdau Metalúrgica tiveram alta de 7,41%, as ações PNA da Usiminas subiram 7,65%, as ações ordinárias da CSN tiveram alta de 5,18%, os papéis PNA da Vale subiram 4,70% e as ações ordinárias tiveram ganho de 1,85%. No mercado internacional, as ações das companhias também operaram em alta.

A alta desses papéis ajudou a reverter parte do desempenho negativo do Ibovespa. O giro financeiro do Ibovespa ficou em R$ 8,8 bilhões.

O preço internacional do barril do petróleo também oscilou bastante durante o dia. O contrato de petróleo WTI com vencimento em dezembro fechou com leve baixa de 0,2%. As ações preferenciais da Petrobras fecharam com baixa de 0,37%, os papéis ordinários tiveram baixa de 0,07%.

Na ponta oposta, as maiores quedas do dia ficaram com as ações ordinárias da Rumo Logística, que caíram 4,72%, seguidas pelos papéis ordinários da EcoRodovias, com baixa de 7,98% e a ações PNA da Braskem, com baixa de 1,64%.

De acordo com reportagem publicada no final de semana pelo jornal O Estado de S.Paulo, a delação de executivos da Odebrecht, controladora da Braskem junto com a Petrobras, promete implicar contratos da Petrobras, inclusive nas áreas de exploração e produção de petróleo e de gás natural. Os negócios da petroquímica Braskem "serão o centro dessa nova frente de apuração", informa a reportagem. Na semana passada, a Braskem anunciou que teve lucro líquido atribuível aos acionistas controladores de R$ 889,43 milhões no terceiro trimestre, queda de 43,2% sobre o mesmo período do ano passado.

As ações ordinárias da CSN fecharam em alta de 5,18% depois que a empresa anunciou que o prejuízo no terceiro trimestre recuou 80% para R$ 106,6 milhões, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A receita da companhia subiu 13,6% de julho a setembro para R$ 4,47 bilhões, em relação ao mesmo período do ano passado.

Os papéis da Cemig subiram 3,41% após a companhia divulgar que teve lucro líquido atribuído aos acionistas controladores de R$ 433,4 milhões no terceiro trimestre, quase três vezes acima do ganho de R$ 166,9 milhões contabilizados no mesmo período do ano anterior. A receita líquida ficou em R$ 4,89 bilhões no mesmo período com alta de 2,31% na comparação com o período anterior.