Dólar volta a subir em meio a tensão com EUA e ronda R$ 3,45
O dólar fechou em alta frente ao real pelo quarto pregão consecutivo, com o mercado passando por um reposicionamento das alocações em ativos emergentes diante da incerteza em relação à política econômica do novo presidente dos Estados unidos, Donald Trump, e seu efeito sobre a política monetária americana.
A expectativa de que o aperto monetário nos Estados Unidos deve ser mais forte que o esperado, dada as propostas expansionistas na área fiscal de Trump, tem promovido uma valorização do dólar frente as moedas emergentes, e o real tem sido uma das moedas com pior performance nesse período.
Desde a vitória de Trump, o dólar acumula um ganho de 8,69% frente à moeda brasileira.
Hoje o real foi a segundo divisa com pior performance frente ao dólar, só perdendo para o peso argentino.
O yuan da China também teve forte queda e fechou no menor nível desde 2010, quando passou a ser negociado no mercado offshore.
O dólar comercial fechou em alta de 1,42% a R$ 3,4433, maior nível desde 16 de junho. Já o contrato futuro para dezembro avançava 1,55% para R$ 3,463.
Segundo Daniel Cunha, estrategista da XP Investimentos em Nova York, no curto prazo o mundo está passando por um teste em que há muita incerteza sobre o que esperar da administração de Trump, o que tem levado os investidores a reduzir as posições principalmente no mercado de renda fixa de países emergentes depois de um longo período de alta liquidez e juros baixos. "Os mercados estão se antecipando a uma grande mudança na gestão econômica dos EUA, focada no maior grau de protecionismo, expansão fiscal, redução da regulação, que busca estimular a atividade em uma economia que já está próxima do pleno emprego. Isso aumenta a expectativa de inflação e consequentemente as taxas dos juros americanos", diz Cunha.
O estrategista da XP afirma que três fatores explicam a performance pior do real em relação a seus pares. O primeiro é a boa performance da moeda no ano, que chegou a liderar os ganhos frente ao dólar após a forte correção das posições após o impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Ativos com preços mais ?esticados' costumam ser mais vulneráveis nesse cenário", diz.
O segundo fator tem a ver com o posicionamento dos investidores, com o mercado mostrando uma posição muito vendida em dólar contra o real, especialmente por parte dos investidores institucionais locais.
Por fim, a falta de novos fatores que impulsionem a moeda brasileira no mercado doméstico. "Tivemos um rali do real em 2016, mas agora o mercado precisa de fatos concretos para o real continuar encontrando suporte para se valorizar. Tivemos uma mudança da política econômica, mas a dívida pública continua em um patamar não sustentável e recuperação econômica não está tão clara", diz.
Cunha lembra que ainda é cedo para afirmar se esse movimente recente de queda do real representa uma reversão da tendência para a moeda. "Mas essa volatilidade nos mercados pode não ser tão breve, e deve continuar até a formação da equipe do governo Trump e até ficar claro a política econômica do novo presidente dos EUA", diz.
O que diferencia esse momento do "sell-off" nos mercados em 2013, quando o Federal Reserve sinalizou pela primeira vez a retirada de estímulos, é que o Brasil reduziu o déficit em conta corrente e agora, segundo Cunha, a performance dos ativos locais depende mais da melhora dos fundamentos domésticos.
O Banco Central seguiu hoje com a rolagem do lote de US$ 6,490 bilhões em contratos de swap cambial tradicional que vence em 1º de dezembro e vendeu hoje mais 15 mil contratos, operação equivalente a uma venda de US$ 750 milhões no mercado futuro.
Na sexta-feira, a autoridade monetária chegou a fazer uma venda líquida de swaps cambiais tradicionais. "A atuação, na sexta-feira, do BC foi mais para sinalizar para o mercado que ele não vai assistir os choques de maneira passiva e deve usar os instrumentos cambiais com certa parcimônia, no máximo para administrar a volatilidade do câmbio, dado que temos um reajuste do valor do dólar no mundo", diz.
A expectativa de que o aperto monetário nos Estados Unidos deve ser mais forte que o esperado, dada as propostas expansionistas na área fiscal de Trump, tem promovido uma valorização do dólar frente as moedas emergentes, e o real tem sido uma das moedas com pior performance nesse período.
Desde a vitória de Trump, o dólar acumula um ganho de 8,69% frente à moeda brasileira.
Hoje o real foi a segundo divisa com pior performance frente ao dólar, só perdendo para o peso argentino.
O yuan da China também teve forte queda e fechou no menor nível desde 2010, quando passou a ser negociado no mercado offshore.
O dólar comercial fechou em alta de 1,42% a R$ 3,4433, maior nível desde 16 de junho. Já o contrato futuro para dezembro avançava 1,55% para R$ 3,463.
Segundo Daniel Cunha, estrategista da XP Investimentos em Nova York, no curto prazo o mundo está passando por um teste em que há muita incerteza sobre o que esperar da administração de Trump, o que tem levado os investidores a reduzir as posições principalmente no mercado de renda fixa de países emergentes depois de um longo período de alta liquidez e juros baixos. "Os mercados estão se antecipando a uma grande mudança na gestão econômica dos EUA, focada no maior grau de protecionismo, expansão fiscal, redução da regulação, que busca estimular a atividade em uma economia que já está próxima do pleno emprego. Isso aumenta a expectativa de inflação e consequentemente as taxas dos juros americanos", diz Cunha.
O estrategista da XP afirma que três fatores explicam a performance pior do real em relação a seus pares. O primeiro é a boa performance da moeda no ano, que chegou a liderar os ganhos frente ao dólar após a forte correção das posições após o impeachment da presidente Dilma Rousseff. "Ativos com preços mais ?esticados' costumam ser mais vulneráveis nesse cenário", diz.
O segundo fator tem a ver com o posicionamento dos investidores, com o mercado mostrando uma posição muito vendida em dólar contra o real, especialmente por parte dos investidores institucionais locais.
Por fim, a falta de novos fatores que impulsionem a moeda brasileira no mercado doméstico. "Tivemos um rali do real em 2016, mas agora o mercado precisa de fatos concretos para o real continuar encontrando suporte para se valorizar. Tivemos uma mudança da política econômica, mas a dívida pública continua em um patamar não sustentável e recuperação econômica não está tão clara", diz.
Cunha lembra que ainda é cedo para afirmar se esse movimente recente de queda do real representa uma reversão da tendência para a moeda. "Mas essa volatilidade nos mercados pode não ser tão breve, e deve continuar até a formação da equipe do governo Trump e até ficar claro a política econômica do novo presidente dos EUA", diz.
O que diferencia esse momento do "sell-off" nos mercados em 2013, quando o Federal Reserve sinalizou pela primeira vez a retirada de estímulos, é que o Brasil reduziu o déficit em conta corrente e agora, segundo Cunha, a performance dos ativos locais depende mais da melhora dos fundamentos domésticos.
O Banco Central seguiu hoje com a rolagem do lote de US$ 6,490 bilhões em contratos de swap cambial tradicional que vence em 1º de dezembro e vendeu hoje mais 15 mil contratos, operação equivalente a uma venda de US$ 750 milhões no mercado futuro.
Na sexta-feira, a autoridade monetária chegou a fazer uma venda líquida de swaps cambiais tradicionais. "A atuação, na sexta-feira, do BC foi mais para sinalizar para o mercado que ele não vai assistir os choques de maneira passiva e deve usar os instrumentos cambiais com certa parcimônia, no máximo para administrar a volatilidade do câmbio, dado que temos um reajuste do valor do dólar no mundo", diz.
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