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Dólar tem em novembro maior alta mensal desde setembro de 2015

30/11/2016 17h46

O dólar encerrou o último dia de novembro em queda frente ao real reagindo ao avanço dos preços do petróleo após os dados do estoque nos Estados Unidos e da notícia de que a Organização dos Países Exportadores de petróleo (Opep) chegou a um acordo para o corte da produção de petróleo de 33,8 milhões de barris para 32,5 milhões de barris por dia.

Nos Estados Unidos, os estoques de petróleo mostraram uma queda em 884 mil barris para um total de 488,1 milhões. O mercado esperava uma alta de 100 mil barris para o estoque.

A alta de quase 10% do preço do petróleo contribuiu para a recuperação das moedas atreladas a commodities como o real.

No mercado local, o dólar comercial caiu 0,25% para R$ 3,3874, depois de ter negociado a R$ 3,4064 na máxima intradia. Com isso, a moeda americana encerra o mês em alta de 6,23%, maior valorização desde setembro de 2015, momento de grande aversão a risco após o Brasil ter perdido o grau de investimento, e maior alta para o mês desde novembro desde 2011. No ano, o dólar acumula queda de 14,38%.

No mercado futuro, o contrato para dezembro recuava 0,12% para 3,396.

A disputa pela formação da Ptax do último dia útil do mês, que será utilizada para a liquidação de derivativos cambiais que vencem no início de dezembro, também ajudou a aumentar a pressão na taxa de câmbio pela manhã.

A alta no mês seria maior se o Banco Central não tivesse injetado US$ 2,45 bilhões por meio da venda de contratos de swap cambial tradicional, que equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro, o que ele não fazia desde setembro de 2015. Além disso, o BC renovou o lote integral de US$ 6,490 bilhões nesses derivativos que venceria em 1º de dezembro.

A autoridade monetária aumentou a atuação no mercado de câmbio para conter a forte pressão de alta do dólar que se viu após a vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana, com a moeda americana chegando a encostar em R$ 3,50 no pregão intradia. A preocupação com uma política econômica mais inflacionária do novo presidente dos Estados Unidos levou a uma alta das taxas dos Treasuries e valorização global do dólar, provocando um ajuste de posições no mercado de bônus.

A dose de cautela acabou sendo reforçada pelo aumento da incerteza ao cenário político local, com queda de dois ministros do governo Temer e renovadas dúvidas sobre a implementação do ajuste fiscal.

O retorno das atuações do BC com ofertas líquidas fará com que novembro feche com o estoque de swaps cambiais tradicionais em alta. O volume está hoje em US$ 26,559 bilhões, US$ 1,203 bilhão acima do de outubro, na primeira elevação significativa desde setembro do ano passado. Até então neste ano, o BC vinha conseguindo mensalmente reduzir o tamanho do estoque ou pelo menos mantê-lo virtualmente estável.