Em visita ao Brasil, Cristina Kircher critica neoliberalismo
Em evento com a ex-presidente Dilma Rousseff, a ex-presidente argentina Cristina Kirchner afirmou que o neoliberalismo desintegra sociedades e ameaça governos que realizam mudanças sociais.
"Quando nós distribuíamos ingressos, provocávamos aumento da produção, do trabalho e ampliávamos os direitos sociais, o neoliberalismo nos expulsava através de crises, dívidas. O neoliberalismo é um problema que provoca a desintegração da sociedade, justo quando há governos que querem mudar as coisas", disse Cristina nesta sexta-feira na Casa de Portugal, em São Paulo. "Em 2008 começaram a traficar a crise para países emergentes. E a necessidade de provocar a crise econômica e social era tal que ninguém mais podia ter uma política de soberania nacional e inclusão social."
No encontro "A luta política na América Latina hoje", organizado pela Fundação Perseu Abramo, do PT, Cristina disse que, diante de mudanças de governos na América Latina, a esquerda tem um papel de repensar como voltar ao protagonismo de outrora.
"Frente a tudo isso se impõe uma forte reflexão acerca de como se construir uma maioria, uma correlação de forças que inclua avanços sociais", observou. "É preciso construir frentes sociais de todos aqueles que são agredidos por políticas neoliberais. Frente de trabalhadores, estudantes, universitários, tudo o que podem vir a ser os movimentos sociais, e não apenas os partidos políticos."
A ex-presidente argentina disse que a esquerda tem "responsabilidade" em voltar ao poder e lembrou conquistas de seu governo e do seu antecessor, Néstor Kirchner.
"Fundamos 19 universidades públicas, que estavam em zonas mais ermas para jovens com maior necessidade. Centenas de milhões de jovens foram os primeiros a ingressar em sua família no ensino superior", afirmou. "Terminamos com o déficit fiscal em 1,9%. Hoje está cerca de 5%."
Ela disse ainda que governos "militantes", como o dela, oferecem melhores oportunidades para os cidadãos, que devem ser alertados sobre a qualidade de vida que têm hoje. "Quem vai querer gastar mais sem saber o quanto vai pagar de água ou luz?", questionou sobre o reajuste de tarifas de água e luz promovido pelo governo atual do president Macri, conhecido por tarifaço.
"Estamos triste pelo retrocesso. Os últimos 15 anos marcaram definitivamente a vida da região", afirmou.
Antes de Cristina discursar, Dilma lembrou de políticas de sua gestão e as comparou com as feitas por Cristina e Néstor Kirchner no país vizinho: "Vimos aumentar a inclusão, o resgate das privatizações aceleradas e outros processos de retomada tanto da questão social quanto nacional na Argentina."
Estavam presentes ao evento aberto ao público o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-ministro Miguel Rossetto e o presidente do PT, Rui Falcão.
Antes de passar pela Casa de Portugal, a ex-presidente argentina se encontrou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião de pouco mais de uma hora ocorreu no Instituto Lula, zona sul da capital.
Após o encontro, Cristina presentou Lula com uma foto da líder indígena Milagro Sala, presa desde janeiro acusada de crimes como "associação ilícita" e "extorsão". Cristina contesta as acusações contra Milagro. Ela afirma que a líder indígena é uma presa política do governo Macri.
"Quando nós distribuíamos ingressos, provocávamos aumento da produção, do trabalho e ampliávamos os direitos sociais, o neoliberalismo nos expulsava através de crises, dívidas. O neoliberalismo é um problema que provoca a desintegração da sociedade, justo quando há governos que querem mudar as coisas", disse Cristina nesta sexta-feira na Casa de Portugal, em São Paulo. "Em 2008 começaram a traficar a crise para países emergentes. E a necessidade de provocar a crise econômica e social era tal que ninguém mais podia ter uma política de soberania nacional e inclusão social."
No encontro "A luta política na América Latina hoje", organizado pela Fundação Perseu Abramo, do PT, Cristina disse que, diante de mudanças de governos na América Latina, a esquerda tem um papel de repensar como voltar ao protagonismo de outrora.
"Frente a tudo isso se impõe uma forte reflexão acerca de como se construir uma maioria, uma correlação de forças que inclua avanços sociais", observou. "É preciso construir frentes sociais de todos aqueles que são agredidos por políticas neoliberais. Frente de trabalhadores, estudantes, universitários, tudo o que podem vir a ser os movimentos sociais, e não apenas os partidos políticos."
A ex-presidente argentina disse que a esquerda tem "responsabilidade" em voltar ao poder e lembrou conquistas de seu governo e do seu antecessor, Néstor Kirchner.
"Fundamos 19 universidades públicas, que estavam em zonas mais ermas para jovens com maior necessidade. Centenas de milhões de jovens foram os primeiros a ingressar em sua família no ensino superior", afirmou. "Terminamos com o déficit fiscal em 1,9%. Hoje está cerca de 5%."
Ela disse ainda que governos "militantes", como o dela, oferecem melhores oportunidades para os cidadãos, que devem ser alertados sobre a qualidade de vida que têm hoje. "Quem vai querer gastar mais sem saber o quanto vai pagar de água ou luz?", questionou sobre o reajuste de tarifas de água e luz promovido pelo governo atual do president Macri, conhecido por tarifaço.
"Estamos triste pelo retrocesso. Os últimos 15 anos marcaram definitivamente a vida da região", afirmou.
Antes de Cristina discursar, Dilma lembrou de políticas de sua gestão e as comparou com as feitas por Cristina e Néstor Kirchner no país vizinho: "Vimos aumentar a inclusão, o resgate das privatizações aceleradas e outros processos de retomada tanto da questão social quanto nacional na Argentina."
Estavam presentes ao evento aberto ao público o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-ministro Miguel Rossetto e o presidente do PT, Rui Falcão.
Antes de passar pela Casa de Portugal, a ex-presidente argentina se encontrou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião de pouco mais de uma hora ocorreu no Instituto Lula, zona sul da capital.
Após o encontro, Cristina presentou Lula com uma foto da líder indígena Milagro Sala, presa desde janeiro acusada de crimes como "associação ilícita" e "extorsão". Cristina contesta as acusações contra Milagro. Ela afirma que a líder indígena é uma presa política do governo Macri.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.