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Após alta em janeiro, confiança da indústria recua em fevereiro

24/02/2017 08h19

O Índice de Confiança da Indústria (ICI) da Fundação Getulio Vargas recuou 1,2 ponto em fevereiro, para 87,8 pontos, ante janeiro, feito o ajuste sazonal, informa a Fundação Getulio Vargas (FGV). O recuo é menor que o apontado na prévia divulgada semana passada, de 1,8 ponto. Houve piora tanto das expectativas, quanto da avaliação sobre a situação atual.


Assim, o indicador devolve parte alta de 4,3 pontos registrada em janeiro ante dezembro. Na métrica de médias móveis trimestrais, o índice subiu 0,5 ponto, para 87,2 pontos, a segunda alta consecutiva. Na comparação com fevereiro de 2016, houve alta de 13,3 pontos.


"A queda do ICI em fevereiro ante janeiro segue-se a uma alta expressiva do índice, retratando um movimento de acomodação. Após avançar além do que os fundamentos da economia sugeriam entre abril e setembro do ano passado, o índice encontra-se agora em patamar mais realista. O cenário econômico, que enfim inclui notícias favoráveis à atividade como a queda de juros e injeção de recursos das contas inativas do FGTS, pode levar a novos ganhos de confiança, caso o ambiente político não se deteriore nos próximos meses", afirma Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas da FGV-Ibre.


A queda da confiança foi concentrada em 5 dos 19 segmentos industriais pesquisados, reforçando a leitura de que este seria um movimento de acomodação, diz a FGV, em nota. Após subir 4,7 pontos em janeiro, o Índice de Expectativas (IE) recuou 1,7 ponto em fevereiro, para 89,3 pontos. No mesmo sentido, mas em menor intensidade, o Índice da Situação Atual (ISA) recuou 0,6 ponto, para 86,4 pontos, depois de subir 3,8 pontos no mês anterior.


Dentre os quesitos que integram o indicador de expectativas, a maior contribuição para a piora no mês foi dada pelo quesito que capta as previsões para a produção nos três meses seguintes. O indicador caiu 2,0 pontos em fevereiro, atingindo 88,7 pontos, o menor nível desde maio de 2016 (80,8 pontos). Houve redução do percentual de empresas que projetam aumento da produção, de 32,6% para 27,6% do total, e, em menor magnitude, da parcela das que preveem produção menor, de 20,6% para 19,3%.


A percepção sobre o nível de demanda atual exerceu a maior contribuição para a diminuição do indicador de situação atual no mês. O quesito caiu 2,3 pontos em fevereiro, para 82,9 pontos. O percentual de empresas que avaliam o nível de demanda como forte passou de 6,3% para 5,9% do total; o das que o consideram fraco aumentou de 31,3% para 38,7%. O resultado combinou a acomodação das avaliações sobre o mercado externo, ainda em patamar elevado, com melhora da percepção do mercado interno, ainda em baixo patamar.


A indústria também ficou mais ociosa em fevereiro. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) diminuiu 0,3 ponto percentual, para 74,3%, na série com ajuste sazonal. Na métrica de médias móveis trimestrais, o Nuci subiu 0,2 ponto, para 73,9%, mantendo-se no terreno positivo pelo segundo mês consecutivo.


A sondagem da indústria de fevereiro colheu informações de 1.084 empresas entre os dias 01 e 22 deste mês.