Dólar sobe com exterior e atinge marca de R$ 3,15
O dólar intensificou a alta frente a moedas de economias emergentes diante de novos sinais de fortalecimento da economia dos Estados Unidos. A criação de postos de trabalho no país superou as expectativas em fevereiro, alimentando os argumentos para justificar uma elevação de juros pelo Federal Reserve (Fed) já na semana que vem.
O setor privado da economia americana gerou 298 mil vagas no mês passado e superou por ampla margem a previsão de especialistas para fevereiro, de 188 mil postos. Os números divulgados pela ADP, empresa responsável pela gestão de folhas de pagamento, deixam ainda mais em evidência o relatório de empregos americano, na sexta-feira, que inclui outros setores da economia.
Em resposta ao indicador da ADP, as chances de o Fed anunciar aumento de juros na próxima quarta-feira subiu para pouco mais de 90%, frente a cerca de 80% no começo do dia, com base na probabilidade embutida na curva de juros futuros dos Estados Unidos.
No Brasil, o dólar comercial subiu à máxima no dia, de R$ 3,1574 (+1,24%), antes de mostrar alguma acomodação. Às 13h45, a divisa registrava alta de 1,06%, cotada a R$ 3,1519, tendo operado desde a abertura em terreno positivo.
O contrato futuro de dólar para abril, por sua vez, marcava ganho de 0,95%, a R$ 3,172, após tocar o pico da sessão em R$ 3,1790 (+1,18%).
Os investidores avaliam ainda o déficit comercial da China em fevereiro. Este foi o primeiro resultado negativo em termos de yuans desde 2014. As exportações desaceleraram para alta de 4,2% na comparação anual e as importações subiram 44,7% na mesma base de comparação.
Juros
O mercado de renda fixa brasileiro foi diretamente afetado hoje pelas discussões em torno da economia dos Estados Unidos. Os juros futuros subiram desde a abertura da sessão na BM&FBovespa e ganharam tração, principalmente nos vencimentos mais longos, após o mercado de trabalho americano dar novos sinais de fortalecimento. O cenário doméstico ficou em segundo plano, mas seguiu sob visão positiva para o afrouxamento da política monetária.
O contrato de Depósito Interfinanceiro para janeiro de 2018 subia a 10,240%, de 10,220% no ajuste anterior, e o DI janeiro 2019 marcava 9,730%, de 9,700%. Na ponta mais longa, o DI janeiro de 2021 exibia 10,090%, de 10,010%, e o DI janeiro de 2023 ganhava a 10,350%, de 10,250%. O DI janeiro de 2025 exibia 10,430%, de 10,340%.
"Internamente, segue o cenário positivo para redução dos juros, mas o mercado hoje está olhando mais para o exterior e acompanha a alta dos juros dos Treasuries", afirmou o trader de renda fixa na Quantitas, Matheus Gallina. "A elevação de juros pelo Fed na semana que vem não seria uma surpresa. O mercado fica apreensivo com uma possível posição mais dura no discurso de Janet Yellen [presidente do Fed] e no comunicado da decisão".
Bolsa
O apetite por risco diminuiu nesta manhã, impondo uma correção aos preços dos mercados de ações. Aqui, o Ibovespa passou a manhã em queda e, às 13h52, recuava 1,31% para 64.879 pontos. A desvalorização foi intensificada após a divulgação do número vagas criadas no setor privado americano.
"Os dados surpreenderam e mostram que o Fed pode subir os juros com mais intensidade", diz Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.
Entre as ações mais negociadas, os destaques de alta estavam com os papéis ordinários da Fibria, que subiam 3,94%. A ação corrige a queda dos últimos dias e reage ao aumento de preços da celulose de fibra curta, tanto na Europa quanto na China. No mercado europeu, a tonelada chega a US$ 701,10, alta de 1,6% na semana passada, e a US$ 590,50 na China, alta de 1,1%. A alta na cotação do dólar, 0,95% para R$ 3,1484 também é um dos fatores que explicam a alta da ação.
Na sequência das maiores altas para o horário, estavam Embraer (2,67%), Suzano (1,56%), Klabin (1,33%) e Cosan (1,21%).
As ações ordinárias da Gerdau lideravam as quedas do horário: Gerdau Metalúrgica caía 8,46%, enquanto a Gerdau PN recuava 5,84%. A Metalúrgica Gerdau aprovou a permuta de ações da Gerdau com o BTG Pactual. A empresa fará uma OPA (Oferta Pública de Ações) com proposta de permuta de ações ordinárias da Gerdau por preferenciais. A iniciativa da oferta de permuta de ações integra esforços para reduzir a alavancagem. A proporção de OPA para ações da Gerdau será de 1 para 1, com prêmio de 41%.
Outras quedas relevantes no horário são Cemig PN (4,29%), Petrobras ON (4,09%) e Cyrela ON (3,75%).
As ações da Petrobras acompanham a queda do preço do petróleo no mercado internacional. Hoje, está marcada a sessão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o processo de venda de ativos da estatal. Trata-se de um evento muito relevante, uma vez que o plano de desinvestimento e desalavancagem da companhia é o principal fator para a melhora da percepção de risco da ação junto ao investidor.
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