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Juros futuros têm maior queda diária em 2 meses

10/03/2017 16h58

A combinação entre o menor IPCA para fevereiro em 17 anos e uma realização global de lucros depois de dados nos EUA ditou às taxas de DI a maior queda diária em dois meses. Em meio à correção generalizada dos mercados, investidores correram para retomar posições em prol de uma aceleração da queda de juros pelo Banco Central em abril.


O resultado foi um salto na probabilidade de queda de 1 ponto percentual da Selic no próximo mês, de 38% ontem para 72% hoje.A curva de DI já projeta Selic de 9,1% no fim deste ano, ante 9,4% ontem.


O volume de negócios disparou. Até as 16h31, 1,75 milhão de contratos já haviam sido negociados. Mantida a média de contratos transacionados por minuto, o mercado caminha para registrar o maior volume desde 23 de fevereiro, quando 3,89 milhões ativos trocaram de mãos.


Os contratos demandados para apostas em torno da política monetária estiveram entre os mais negociados ao longo do dia. Isso sugere que investidores fortaleceram o cenário de que o Banco Central possa reduzir a Selic em velocidade ainda mais rápida.


O gatilho doméstico para a queda dos juros veio logo na abertura dos mercados, após o IBGE divulgar que o IPCA de fevereiro desacelerou a alta para 0,33% (menor taxa para o mês desde 2000), ante janeiro, quando subira 0,38%. Pela primeira vez desde junho de 2012, o acumulado em 12 meses ficou abaixo de 5%.


Além da leitura do índice cheio, a composição do indicador agradou. O índice de difusão - que mede quão disseminadas estão as variações dos preços - caiu a 50,9% em fevereiro, menor taxa para o mês em 11 anos.


A surpresa com o IPCA já provocou revisões de baixa na inflação. O Itaú Unibanco passou a ver taxa de 4,1% neste ano, contra 4,4% antes. Na mesma direção, o UBS cortou de 4,5% para 4,3% o IPCA previsto para 2017. A LCA Consultores baixou de 0,42% para 0,39% estimativa para o IPCA-15 de março, mantendo prognóstico de +0,42% para o IPCA deste mês.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro de 2018 caía a 10,070% ao ano, frente a 10,250% no ajuste anterior. Na mínima, essa taxa foi a 10,060%, em queda de 20 pontos-base ante o fechamento da véspera. É a maior queda intradia desde 12 de janeiro (-42 pontos).


O DI janeiro de 2019 - o mais líquido desta sessão, com 395.550 contratos negociados até o momento - caía a 9,560% (mínima do dia), ante 9,800% do ajuste de ontem. A queda de 26 pontos frente ao encerramento de ontem é mais intensa no intradia desde também 12 de janeiro (-40 pontos).


Entre os vencimentos de médio e longo prazos, o DI janeiro de 2021 recuava a 9,960% (mínima do dia), contra 10,200% do ajuste. O recuo de 25 pontos o fechamento de ontem (10,210%) é o mais intenso desde a mesma data (-36 pontos).


O DI janeiro de 2023 caía a 10,230%, ante 10,440% no ajuste anterior.