Eletrobras é vítima de crimes de corrupção, diz presidente da estatal
A Eletrobras é vítima dos crimes de corrupção e seguirá se defendendo da ação coletiva movida por investidores nos Estados Unidos, disse Wilson Ferreira Jr., presidente da companhia, nesta sexta-feira (31), durante evento para acionistas e analistas promovido pela Associação dos Profissionais e Analistas de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec).
A Justiça dos Estados Unidos aceitou, nesta semana, parte das acusações da ação coletiva contra a estatal. Também são réus no processo o diretor financeiro da companhia, Armando Casado, e o ex-presidente José da Costa Carvalho Neto.
"O processo ainda está muito no início, a [ação coletiva] da Petrobras está mais avançada. O que fizeram agora foi aceitar o processo, mas ainda é extremamente preliminar", disse Ferreira.
Ele reforçou a visão de que a Eletrobras "é vítima" dos crimes cometidos, em defesa semelhante à da Petrobras também nas ações coletivas nos Estados Unidos.
"Algumas pessoas individualmente praticaram esses atos que geraram esse tipo de efeito negativo", disse Ferreira. Segundo ele, todos os envolvidos foram demitidos. "Tudo foi feito de forma muito alinhada com as melhores práticas de governança", disse.
Santo Antônio
O avanço das investigações da Operação Lava-Jato na hidrelétrica de Santo Antônio pode fazer com que a Eletrobras inicie uma investigação interna na usina, disse o presidente da elétrica.
"Santo Antonio foi a única SPE [Sociedade de Propósito Específico] em que não conseguimos entrar", disse Ferreira, se referindo às investigações internas que foram lideradas pela Hogan Lovells.
Ele lembrou que o acesso foi impedido pela Odebrecht, controladora da usina, que conseguiu uma decisão judicial bloqueando o acesso à unidade.
"No momento em que as coisas se configurarem, aí teríamos inclusive um argumento para fazer o que não foi feito lá atrás", disse ele, se referindo às investigações da usina.
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