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Mercados financeiros operam com poucas variações; dólar vira e cai

31/03/2017 14h11



Os dados macroeconômicos fracos divulgados hoje produzem efeitos variados nos mercados financeiros nacionais, que vivem uma sexta-feira com poucas variações em seus principais ativos.




Bolsa




O Ibovespa inverteu a tendência no final da manhã, passando a acompanhar a alta da Petrobras, enquanto os bancos sofrem com a divulgação de que o desemprego no país atingiu novo recorde.


O principal índice do mercado acionário brasileiro avançava 0,19%, para 65.392 pontos, às 14h depois de ter caído até 0,6% na mínima do dia.


A ação preferencial da Petrobras ganhava 0,76%, enquanto a ordinária subia 0,93%. Os investidores receberam bem a adaptação do plano de desinvestimento da empresa às diretrizes estabelecidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). As vendas em andamento cujos contratos ainda não foram assinados serão encerrados, mas a meta de desinvestimento para o biênio 2017/2018, de US$ 21 bilhões, está mantida, segundo comunicado divulgado pela empresa de manhã.


Entre os bancos, a maior queda era do Santander Brasil, que recuava 1,1%, enquanto o Itaú perdia 0,49%, e o Banco do Brasil declinava 0,12%. O Bradesco era o único a subir - sua ação preferencial ganhava 0,25%.


O número de trabalhadores desempregados no país subiu para 13,5 milhões no trimestre encerrado em fevereiro, segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o nível mais alto da série histórica da pesquisa. O Bando Central também informou hoje que o seu Índice de Atividade Econômica (IBC-BR), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), recuou 0,26% em dezembro ante janeiro, mostrando que o Brasil ainda não saiu da recessão.


"As perspectivas para o setor financeiro dependem bastante da inadimplência, e esses indicadores divulgados hoje mostram que deve demorar um pouco para a situação melhorar", diz Felipe Silveira, analista da corretora Coinvalores.




Dólar




O dólar também inverteu o rumo visto pela manhã, quando os agentes se movimentaram na formação da última taxa Ptax de março e no vencimento de contratos de swap cambial tradicional.


A taxa Ptax, média de cotações calculada pelo Banco Central, é usada de referência para liquidação de derivativos cambiais. Por isso, de modo a garantir ganhos maiores nos produtos financeiros, aqueles que possuem investimentos em dólar costumam aumentar a pressão de alta nessa moeda. A definição da taxa ocorre no início da tarde e, passado esse movimento, a moeda começou a devolver os ganhos.


Às 14h, o dólar comercial recuava 0,38%, cotado a R$ 3,1311. Na máxima do dia, atingiu R$ 3,1776 (+1,08%).




Juros




Os juros futuros operam sem grandes variações nesta sexta-feira. Indicadores econômicos voltam a evidenciar a fraca atividade no país, abrindo espaço para os cortes de juros do Banco Central. As apostas de flexibilização monetária são balizadas pelos sinais, trazidos ontem pelo Relatório Trimestral de Inflação (RTI), de que a intensificação dos cortes da Selic será apenas moderada.


Às 14h, o DI janeiro 2018 marcava 9,875%, ante 9,880% no ajuste anterior, e o DI janeiro de 2019 exibia 9,480%, ante 9,500%. O DI janeiro 2021, por sua vez, estava em 9,850%, de 9,880% na mesma base de comparação.


Para o operador Thiago Castellan Castro, da corretora Renascença, os números do IBC-Br e de desemprego, que desenham cenário de atividade econômica enfraquecida, favorecem a queda dos juros.