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Taxas de juros futuros têm altas históricas com pânico no mercado

18/05/2017 17h03

A renda fixa brasileira teve nesta quinta-feira um dia para esquecer. As taxas de contratos de depósito interbancário (DI) tiveram altas recordes, a diferença entre os DIs janeiro de 2021 e janeiro de 2019 teve o maior salto em pelo menos uma década, e carteiras que seguem os preços da NTN-B sofreram a maior desvalorização em dois anos.


O pronunciamento nesta tarde do presidente Michel Temer, o qual afirmou que não renunciará, não ajudou a melhorar o ânimo dos investidores.


O caos tomou conta do mercado desde a abertura, com os DIs alcançando limites de máximas na BM&F, o que paralisou o mercado por alguns momentos, mesmo depois de a B3 ter elevado os limites.


No mercado secundário, investidores correram para se desfazer de títulos públicos, buscando minimizar as fortes perdas contabilizadas na marcação a mercado desses papéis. A pressão foi tanta que o Tesouro Nacional precisou não só cancelar a oferta de LTN e LFT prevista para esta quinta-feira como também anunciar leilões de compra e venda de LTN, NTN-F e NTN-B para as próximas três sessões.


Nas mesas de operação, a ordem ao longo de todo o dia foi de zeragem de posições. A violência do ajuste decorre justamente do fato de praticamente todo o mercado ter se posicionado na direção de juros para baixo. Na curva de DI, as posições indicaram nesta semana mais de 70% de probabilidade de corte de 1,25 ponto percentual da Selic na reunião do Copom marcada para daqui a duas semanas. Hoje, tanto essa aposta saiu de cena quanto também a de 1 ponto de corte. Na curva, o mercado embute hoje redução de cerca de 0,5 ponto percentual da Selic.


A partir de agora, operadores dizem que até mesmo o curto prazo é difícil de traçar. Em momentos como esse, posições mais seguras sempre são as mais demandadas - como aplicações em LFT e operações compromissadas. Com as ofertas extraordinárias do Tesouro, o mercado de renda fixa pode se acalmar, mas a dramática reversão de expectativas deve desestimular operadores a assumir novas posições vendidas em juros, o que deve manter os preços nos patamares elevados de agora.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI julho/2017 subia a 10,760% (10,380% no ajuste anterior).


O DI janeiro/2018 avançava a 10,075% (8,991% no último ajuste). O DI janeiro/2019 ia a 10,410% (8,826% no ajuste anterior).


O DI janeiro/2021 tinha alta a 11,390% (9,607% no ajuste de ontem). E o DI janeiro/2025 alcançava 11,910% (10,128% no último ajuste).