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IBGC lança novo caderno de gestão de riscos com foco em governança

19/05/2017 10h11

Após 10 anos do lançamento do primeiro caderno sobre o tema, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) lança nesta sexta-feira (19) seu segundo caderno sobre gestão de riscos corporativos, agora com foco em governança e voltado principalmente para o conselho de administração.


Para Mercedes Stinco, coordenadora da Comissão de Gerenciamento de Riscos Corporativos do IBGC, a metodologia e o tratamento apontados no primeiro caderno não caíram em desuso, mas outros riscos apareceram nos últimos anos.


"Uma série de outros riscos começam a aparecer, que não passavam pela cabeça das organizações. Mais do que tudo, o que se percebeu é que havia pouca noção do papel do conselho de administração e dos executivos na gestão de risco", afirmou Mercedes em entrevista ao Valor.


A representante do IBGC frisa que a intenção não é evitar o risco, mas sim demonstrar a necessidade de alinhar esse apetite à estratégia da companhia.


"Risco não tem a ver com perda e sim com ousadia, todo negócio tem risco", disse.


Nesse sentido, a intenção do caderno de orientação do IBGC é falar com quem aprova a estratégia, o conselho, e com quem executa, e traçar quais as responsabilidades de cada um.


Outro reforço do documento é a amplitude de aplicação, que não deve ficar restrita às empresas de grande porte.


"Percebemos que a tarefa era destacar que a gestão de risco é tão importante como uma boa estratégia", afirmou Mercedes.


O IBGC elaborou para esse novo trabalho um quadro que identifica o chamado "nível de maturidade" de cada empresa na gestão de risco, para identificar quais as práticas adotadas.


Entre os novos debates que foram incluídos da discussão do comitê que elaborou o documento estão questões atuais como sustentabilidade, riscos cibernéticos e o papel cada vez mais relevante do compliance, principalmente em tempos de denúncias envolvendo companhias.


"Há todo um contexto de sociedade que pede maior transparência, tanto para os mercado, quanto para o próprio governo. Essa noção de que a reputação de uma organização pode ser questionada a qualquer momento, que você pode ter seus dados roubados, tudo isso pede uma celeridade importante", completa Mercedes.