Ministro do PSB fica no governo e pode ser expulso do partido
Diante da decisão do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, de permanecer à frente da Pasta, desobedecendo a orientação do PSB para que ele acompanhasse o partido no desembarque do governo do presidente Michel Temer, o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira, sinalizou nesta segunda-feira (22) que pode haver expulsão do correligionário.
A postura de Coelho Filho deve agravar a sua situação no processo em que ele responde por infidelidade partidária na Comissão de Ética do PSB.
"A decisão de ficar é dele. Ele tem o direito de fazer o enfrentamento com o partido mas, naturalmente, o partido responderá à altura. Nós não podemos macular a nossa história continuando a servir a um governo corrupto, que é o governo atual", afirmou Siqueira.
Na avaliação do presidente do PSB, com essa decisão de permanecer no governo, o ministro pode dificultar sua defesa na Comissão de Ética da legenda, que o julgará por infidelidade partidária. O processo foi aberto após Coelho votar a favor da reforma trabalhista na Câmara, desrespeitando a orientação do partido.
"Já autorizei a abertura do processo. O ministro tem 10 dias para apresentar sua defesa e, assim que o fizer, eu convocarei imediatamente o Diretório Nacional para fazer o julgamento. Nesse julgamento, ele pode ser expulso do PSB", afirmou Siqueira.
Interlocutores de Coelho afirmaram ao Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor,que ele vai aguardar as reuniões das bancadas na Câmara e no Senado, que acontecerão na terça-feira (23) e quarta-feira (24), respectivamente, para bater o martelo sobre sua permanência no governo Temer.
Coelho tem evitado dar entrevistas para não acirrar ainda mais os ânimos entre ele e o partido.
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