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Ibovespa opera em alta à espera de reformas; dólar tem leve queda

30/05/2017 13h41

A bolsa de valores brasileira opera em alta nesta terça-feira, com todas as atenções voltadas ao andamento das reformas que são tidas como essenciais para a retomada da economia e o crescimento sustentável do Brasil no futuro está no centro.


A administração Michel Temer (PMDB) quer levar ainda nesta semana o projeto de mudanças nas leis trabalhistas para votação no plenário no Senado, segundo reportagem do jornal "Folha de S. Paulo". A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da casa retoma hoje o debate acerca da proposta, cujo relartório foi dado como lido uma semana atrás.


Por outro lado, na Câmara dos Deputados, a base aliada ao governo discute alterações na proposta de remodelamento do sistema de Previdência Social para facilitar o seu trâmite, admitindo até eliminar os pontos polêmicos e manter somente o aumento da idade mínima para aposentadoria.


"Todas as reformas que estão sendo discutidas darão ao país condições de crescer", disse o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante evento nesta manhã.


O Índice Bovespa subia 0,51%, para 64.089 pontos, às 13h25.


Enquanto o setor financeiro tinha elevação, as empresas cujas receitas são ligadas à moeda americana recuavam. A Klabin tinha baixa de 2,21%, a R$ 16,82, a maior queda do dia.


Para a bolsa de valores, a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) que começa hoje é de extrema importância.


No começo do mês, o mercado vivia a euforia de que a taxa Selic pudesse ser cortada em 1,25 ponto percentual, para 10% ao ano, aliviando as contas das empresas endividadas e estimulando o consumo. Mas o novo capítulo da crise institucional vivida pelo país esfriou um pouco os ânimos, e agora a aposta majoritária dos analistas é de uma redução de 1 ponto percentual nos juros.


Dólar


O dólar retoma o viés de queda no início da tarde desta terça-feira, após avanços pontuais ao longo da manhã. A reversão temporária de sinal ocorreu diante de uma piora do ambiente externo, com desvalorização das principais moedas de emergentes e forte queda nos preços de commodities. A cena política no Brasil também alimentou a cautela entre os investidores, ao indicar nova mudança no governo e adiamento da votação da reforma trabalhista.


No fim da manhã, Osmar Serraglio recusou o convite de Temer para assumir o ministério da Transparência, acendendo o sinal de alerta entre os investidores sobre possíveis rupturas no governo.


Além disso, os senadores chegaram a acordo para votar a reforma trabalhista na CAE do Senado só na semana que vem, gerando frustração para quem esperava ver evolução da medida nesta terça-feira.


Ainda que o ambiente seja repleto de riscos, a divisa americana não tem conseguido romper a banda de R$ 3,30 a R$ 3,25. Até que haja um evento mais concreto no cenário, os agentes financeiros têm evitado se posicionar de forma mais firme de um lado ou do outro.


O câmbio doméstico tem desempenho melhor ante pares emergentes. O peso mexicano e o rand sul-africano se desvalorizam cerca de 1% ante o dólar. O rublo russo é outra moeda que cede terreno, enquanto os contratos futuros de petróleo perdem mais de 1%.


Por volta das 13h25, o dólar comercial caía 0,07%, a R$ 3,2666, tendo oscilando entre R$ 3,2717 e R$ 3,2562.


Na avaliação do sócio e gestor Roberto Serra, na Absolute Investimentos, o sentimento sobre o cenário doméstico não é positivo, mas "isso já está no preços". Há expectativa limitada de avanço da reforma da Previdência, por exemplo. Por outro lado, não se vê um cenário de ruptura em termo de agenda econômica, o que ameniza a tensão entre os investidores. "Há muito mais dificuldade, mas segue a intenção das reformas", diz.


Hoje, o Banco Central concluiu a rolagem de todos os US$ 4,435 bilhões em swaps cambiais tradicionais que expirariam na próxima quinta. O próximo vencimento está marcado para 3 de julho, com lote de US$ 6,939 bilhões - o maior até o momento.


Juros


As incertezas políticas amparam a alta dos juros futuros nesta terça-feira. Os avanços refletem a frustração dos agentes financeiros com o adiamento da votação da reforma trabalhista, que só deve acontecer na CAE do Senado na próxima semana. O movimento no mercado de renda fixa, com aumento do prêmio de risco, também ganhou força após a informação de que Osmar Serraglio recusou o ministério da Transparência.


ODI janeiro/2021 avançava a 10,430%, ante 10,350% no ajuste anterior. Na máxima, o ativo - mais sensível a riscos estruturais - avançou até 10,520%.


O DI janeiro/2018 marcava 9,290%, ante 9,265% no ajuste anterior, e o DI janeiro/2019 operava a 9,340%, ante 9,260% na mesma base de comparação. Entre os vencimentos de curtíssimo prazo, o DI julho/2017 caía a 10,260%, ante 10,292%.