FGV: Indicadores da economia patinam em meio às incertezas políticas
(Atualizada às 13h11) Os dados de maio do Indicador Antecedente Composto da Economia (IACE) e do Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE) mostram que a retomada da economia ainda é "muito frágil" e reforçam a ideia de que a resolução da crise política é fundamental para uma recuperação da atividade. A afirmação é de Paulo Pichetti, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Em maio, o IACE - que capta as expectativas - recuou 0,3% frente a abril, para 107,2 pontos, enquanto o ICCE, que mede a situação atual, subiu 0,4%, para 98 pontos. Ambos são elaborados pelo Ibre/FGV e pelo Conference Board.
Segundo Pichetti, os números mostram que ainda não há uma reversão de ciclo. O IACE, que deveria puxar a retomada, foi afetado no mês passado por expectativas deterioradas depois da delação premiada feita pelos irmãos Batista, donos da JBS. Já a subida lenta do ICCE é limitada pela tímida retomada da atividade.
"O ambiente político é fundamental [para a recuperação]. A retomada é muito frágil", diz Pichetti, lembrando que os últimos dados do Produto Interno Bruto (PIB) mostram essa recuperação muito concentrada no setor agrícola, enquanto para "sair da recessão seria necessário um quadro generalizado de retomada pelos setores". "[É um] Quadro frustrante provocado pelas expectativas, que não se confirmaram", acrescenta.
De acordo com o pesquisador do Ibre/FGV, a tendência para os próximos meses é que os índices continuem "andando de lado". Contribui para essa tendência, segundo Pichetti, as projeções de uma recuperação muito tímida do PIB prevista para o ano de 2017. "A trajetória não vai mudar", afirma.
Para ele, a retomada só vai avançar de forma mais robusta se houver "no mínimo, mais estabilidade política" que se traduza na aprovação das reformas no Congresso e na queda sistemática dos juros. "[Estamos] Reféns da situação política de forma inevitável", ressalta.
O Indicador Antecedente Composto da Economia agrega oito componentes econômicos que medem a atividade econômica no Brasil. Cada um deles vem se mostrando individualmente eficiente em antecipar tendências econômicas. A agregação dos indicadores individuais em um índice composto filtra os chamados "ruídos", colaborando para que a tendência econômica efetiva seja revelada.
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