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Doria defende permanência de Temer no poder e saída de Aécio do PSDB

26/06/2017 11h24

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (26) que a renúncia do presidente Michel Temer (PMDB) e a antecipação das eleições de 2018 colocariam o Brasil "diante de um desastre". A afirmação foi feita em entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco.


Questionado sobre como o país acordaria amanhã caso Temer caísse hoje, o tucano respondeu: "Diante de um desastre. Esse é o fato. Antecipação de eleições, a meu ver, só se fosse um caso de gravidade absoluta, extrema."


Temer é investigado por corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa e será denunciado, entre hoje e amanhã (27), pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Assim, se tornará o primeiro presidente do Brasil denunciado por corrupção ao Supremo Tribunal Federal (STF).


Ainda assim, Doria acredita que a saída de Temer "vai mergulhar o Brasil numa crise ainda maior" do que a atual. "Vai paralisar o Congresso Nacional, paralisa completamente as reformas, vai influenciar negativamente no processo econômico", justificou o prefeito.


A ideia da renúncia de Temer seguida pela antecipação das eleições foi proposta na semana passada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem Doria tem divergido publicamente.


O prefeito paulistano disse manter sua posição a favor do governo por não sentir que houve alteração no "termômetro da crise" com o anúncio, na sexta-feira (23), do resultado da perícia nos áudios de conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS, tarde da noite, no porão do Palácio do Jaburu. A Polícia Federal constatou que a gravação não foi alterada e, assim, pode ser prova válida no processo de investigação do presidente.


"[A situação] é grave, é 8 pontos nesse índice da crise, mas esse fato [resultado da perícia] não é fator determinante para subir esse índice ainda mais. Novos fatos, se vierem, poderão modificar essa temperatura e justificar um reposicionamento do PSDB."


Saída de Aécio


Se, para Doria, Temer deve se manter no poder, o tucano Aécio Neves precisa se afastar do PSDB. O senador por Minas Gerais foi tirado provisoriamente do cargo no Parlamento e da presidência nacional do PSDB após denúncia de que recebeu R$ 2 milhões de Joesley Batista, em troca de favores. A irmã e o primo de Aécio chegaram a ser presos por envolvimento com o caso.


"Entendo queagora é momento de ele [Aécio] se afastar, aplicar-sena sua defesa e permitir que o PSDB escolha seupresidente em definitivo e siga o seu caminho", afirmou Doria.


Apoio a Alckmin


O prefeito admitiu que as denúncias contra Aécio e a crise política na Presidência podem estar influenciando na rejeição ao nome do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB), possível candidato a presidente. Ainda assim, Doria afirmou que a parceria com o PMBD em 2018 seria "bem-vinda".


Doria voltou a negar que queira disputar a Presidência. "Alckmin tem toda apreferência para ser candidato e tem o meuapoio."


Sobre os demais nomes cotados para a disputa eleitoral do próximo ano, Doria foi contido. Reconheceu que Marina Silva (Rede) tem "recall elevado, mas não resistiria em debate com uso da televisão" e que Jair Bolsonaro (PSC) "é fatonovo" e tem um "discurso que tem encantado". A exceção ficou por conta do possível candidato do PDT: "Ciro Gomes é um casopsiquiátrico."