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Bolsas de NY fecham em queda, com baixa em tecnologia e risco político

27/06/2017 18h17

Os principais referenciais das bolsas de Nova York fecharam esta terça-feira no vermelho arrastados pela nova queda dos papéis de tecnologia e pela cautela após as declarações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, que sinalizou a possibilidade de início da retirada dos estímulos monetários, conforme a economia da zona do euro ganha mais fôlego.


Após ajustes, o Dow Jones fechou em baixa de 0,46% aos 21.310,66 pontos. O S&P 500 recuou 0,81%, a 2.419,38 pontos. O Nasdaq perdeu 1,61%, a 6.146,62 pontos.


Nesta terça-feira, o gatilho para o tombo do setor tecnologia foi a multa de 2,42 bilhões de euros aplicada pelas autoridades europeias contra a companhia a Alphabet, controladora do Google, por favorecer seus próprios serviços de compras nas suas ferramentas de busca.O setor de tecnologia caiu 1,54% no S&P 500. As ações da Alphabet recuaram 2,47%.


No Dow Jones, 26 dos 30 componentes terminaram no território das perdas. As maiores baixas ficaram com Verizon, Microsoft e Cisco de, respectivamente, 1,99%, 1,87% e 1,49%.


Os mercados globais foram pegos de surpresa já na manhã desta terça-feira. Acostumados a perceber apenas sutis alterações de tom nos recentes discursos do presidente do BCE, os investidores ouviram o comandante da autoridade monetária da zona do euro, usualmente defensor de um horizonte distante para o fim da política acomodatícia, sinalizar uma virada nessa perspectiva.


O início de uma desaceleração dos estímulos pode já estar à vista, na medida em que a economia da região ganha cada vez mais fôlego, sugeriu o chefe do BCE. A ducha "hawkish" (voltada para um aperto monetário) lançada por Draghi sobre os mercados levou a uma reversão na tendência de queda dos retornos da renda fixa.


O movimento dos yields (retorno ao investidor) de bônus europeus atingiu também os EUA. Os juros dos títulos de 10 anos encerraram em alta a 2,198%, frente a 2,135% do fim da segunda-feira, quando haviam renovado a mínima no ano.


A alta dos rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro americano) levou ainda a uma valorização dos papéis de bancos em Wall Street. As instituições financeiras se beneficiam de juros mais elevados, devido ao aumento de margem de lucratividade.


Mas nem mesmo o rali do setor financeiro, que avançou 0,56% no S&P 500, teve força para reverter a cautela que passou a imperar nos mercados acionários globais.


Em Nova York, o risco político voltou à tona no início desta semana, com a declaração por parte de alguns senadores republicanos de que não vão apoiar o projeto de lei para alterar o sistema de saúde do país, conhecido como "Trumpcare".


Hoje, os líderes republicanos na casa legislativa adiaram a votação novamente para depois do feriado da Independência dos Estados Unidos, em 4 de julho. Segundo analistas, um fracasso em aprovar o projeto aumentaria os riscos de que a agenda favorável ao crescimento proposta pelo presidente Donald Trump, como a reforma tributária, também venha a cair.


Os dados econômicos dos EUA divulgados nesta terça-feira foram positivos, mas não geraram reação nos mercados. O índice de confiança do consumidor do Conference Board subiu a 118,9 pontos em junho, de 117,6 em maio, enquanto o índice regional de atividade industrial do Federal Reserve de Richmond subiu a 7 pontos em junho, de 1 em maio, superando a expectativa dos economistas consultados por "The Wall Street Journal", de uma leitura a 1 ponto no período.