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Maior percepção de risco puxa juros futuros para cima nesta terça

27/06/2017 17h24

O mercado de renda fixa do Brasil deu nesta terça-feira novos sinais de que investidores veem cada vez mais riscos à frente. As diferenças entre algumas taxas bateram máximas, num indicativo de que a falta de previsibilidade tem levado a mais demanda por prêmio de risco para o futuro, em meio a um cenário no qual crescem dúvidas sobre a capacidade do governo de aprovar as reformas econômicas.


Num dia de exterior negativo, os juros futuros avançaram na esteira dos desdobramentos da denúncia feita pela Procuradoria Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Michel Temer, acusado de corrupção passiva.


Após pronunciamento do presidente na tarde desta terça-feira sobre o tema, os mercados chegaram a piorar. Mas com os ataques feitos ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, os juros saíram das máximas, ainda que os investidores não tenham abandonado a cautela e as taxas mantido os níveis mais altos que os da véspera.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2023 subia a 10,790% (10,640% no ajuste anterior). O DI janeiro/2025 aumentava a 11,020% (10,860% no último ajuste).O DI janeiro/2021 tinha alta a 10,290% (10,180% no ajuste de ontem).


O DI janeiro/2019 avançava a 9,010% (8,960% no último ajuste). E a taxa com vencimento em janeiro/2018 subia para 8,995% (8,960% no ajuste anterior).


A diferença entre os DIs janeiro/2025-janeiro/2019 e os DIs janeiro/2021-janeiro/2019 bateu máximas do ano, superando as marcas de meados de maio, quando as taxas tiveram um rali com a delação do empresário Joesley Batista, que envolveu o presidente Michel Temer.O salto foi de 12 pontos-base, para 2,01 pontos percentuais. O "spread" entre os juros com vencimento entre janeiro/2021 e janeiro/2019 subiu 8 pontos-base, a 1,28 ponto-percentual.


"O que ainda segura os DIs é a perspectiva de economia fraca por mais tempo, mas ainda assim as inclinações estão em alta, o que sugere que os prêmios estão razoavelmente altos", diz o estrategista da Coinvalores Paulo Celso Nepomuceno.