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Meirelles espera crescimento "bem menor" do PIB no 2º trimestre

15/07/2017 10h41

(Atualizada às 14h04) O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reiterou na manhã deste sábado (15) projeção de governo para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, de alta de 0,5% ante ano passado.


Após participar de encontro na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio, o ministro foi questionado sobre a retração de 0,5% da atividade econômica em maio ante abril medida pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) anunciada ontem.


"O IBC-BR é diferente da metodologia do PIB medido pelo IBGE. Um dos exemplos são o setor de serviços. O IBC-BR faz comércio, que é uma parte de serviços, enquanto que o PIB olha o setor de serviços como um todo e dá uma medida maior para isso. Mas isso é um dos exemplos", disse, destacando ainda que o IBC-BR tem uma frequência maior, porque ser mensal - enquanto que o PIB do IBGE seria trimestral.


"Estamos esperando um PIB, um crescimento bem menor do que no primeiro trimestre, que foi muito forte", disse, citando o crescimento de 1% no PIB do primeiro trimestre ante o quarto trimestre de 2016. "Mas estamos esperando crescimento para o terceiro [trimestre], para o quarto [trimestre], para o final do ano estamos mantendo aquela estimativa de cerca de 2% ou mais, comparando com o último trimestre de 2016. Estamos mantendo esta estimativa e em média contra média, estamos mantendo ainda 0,5% ao ano", afirmou.


Rio e Previdência


Na ocasião, o ministro também foi indagado sobre andamento de assinatura de acordo de ajuda federal ao Rio de Janeiro. Ontem (14), o governo do Estado do Rio anunciou licença médica de uma semana do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que comandava as negociações junto à União. "Certamente é uma questão relevante na medida em que o governador estava liderando, do lado do Rio de Janeiro, as negociações. Mas elas estão bastante avançadas, estão agora já na área técnica. O secretário da Fazenda tem a esta altura condições de formatar o plano final de ajuste", afirmou, acrescentando acreditar que o plano deve ser finalizado quando o governador estiver de volta ao cargo.


Outro tópico comentado pelo ministro foi a Previdência. Meirelles também foi questionado se caso ocorram novas denuncias na área política, isso poderia atrasar andamento em alguns meses da reforma na área. "É uma reforma de longo prazo. Ela não tem efeito, por exemplo, relevante ou nas contas de 2017 ou mesmo de 2018. Ela é muito importante como sinalização. Para isso, de fato, propusemos a reforma e eu acredito que ela será votada no devido tempo. Isso é muito importante, mas não serão alguns meses que vão ter algum efeito nas contas fiscais de 2017 ou de 2018", afirmou.


Para o ministro, em termos de impacto nas contas fiscais, "existe uma série de outras questões, que são muito relevantes", afirmou. "Saiu agora a decisão de recolhimento de precatórios, por exemplo, que são depósitos feitos em bancos à disposição de pessoas que tiveram mitigação com a União, e que hoje estão disponíveis para a União. Estavam orçando isso em cerca de R$ 8 bilhões e projeções mais recentes do Conselho nacional de Justiça orçaram em R$ 12 bilhões", disse.


Questionado sobre a leitura de relatório de denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que foi adiada, Meirelles disse que preferia que a conclusão fosse rápida. "Evidente, do ponto de vista da economia, quanto mais cedo vier a decisão, melhor", disse, sem se estender mais sobre o tema.


Indagado se escolheria permanecer no governo em uma possível troca de comando na Presidência da República, o ministro desconversou. "Eu tenho uma frase que uso há muitos anos, que eu não trabalho com hipóteses e não perco tempo pensando em hipóteses, estou sempre focado no meu trabalho no momento, e fazendo o que tem que ser feito para cumprir minha função e colocar o Brasil na rota de crescimento", disse.


"Quando eu estava no Banco Central por exemplo, logo quando eu assumi, existia um projeto de dar mandato para o presidente do BC, este projeto acabou não indo à frente. Até hoje, os diretores e presidentes do BC não têm mandato. Mas aí naquela época me perguntavam qual era minha expectativa de permanência no BC, se eu não estava preocupado de não ter mandato, ao contrário de outros presidentes do BC. Minha resposta era: eu trabalho com expectativa de mandato de um dia. Mas dito isso, acabei ficando oito anos", afirmou.


Agenda




O ministro da Fazenda participou na manhã deste sábado (15) de reunião na sede da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio, como diretor de Análise de Políticas Públicas da FGV, Marco Aurélio Ruediger.O encontro foi fechado à imprensa.




Amanhã (16), domingo, a agenda do ministro prevêreunião com o coordenador de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Armando Castelar Pinheiro, de manhã. À tarde, está previsto um encontro com oeconomista-chefe da SPX Capital, Beny Parnes.Ambas as reuniões de domingo devem ocorrer no gabineteministerial do Rio de Janeiro.