Déficit fiscal do governo central no 1º semestre é o maior em 21 anos
(atualizada às 16h05) O governo central - que reúne Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central - registrou déficit primário de R$ 19,798 bilhões em junho. Em junho de 2016, as contas do governo central haviam ficado negativas em R$ 9,744 bilhões.
Os déficits primários em junho e no semestre são os piores para esses períodos na série história, iniciada em 1997.
O rombo veio pior do que o estimado por 12 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data, que calcularam em R$ 15,8 bilhões o déficit de junho.
Segundo números do Tesouro Nacional, divulgados nesta quarta-feira, o resultado de junho é reflexo de um déficit primário do Tesouro Nacional de R$ 6,930 bilhões, de um déficit do Banco Central de R$ 28 milhões e de um déficit da Previdência Social de R$ 12,840 bilhões.
Considerando apenas junho, a receita líquida total do governo central chegou a R$ 86,684 bilhões, o que representa uma alta real de 0,5% na comparação com a receita de R$ 83,752 bilhões em junho de 2016.
Do lado das despesas, houve um avanço de 10,5% acima da inflação em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado. Elas passaram de R$ 93,496 bilhões para R$ 106,482 bilhões no período analisado.
Primeiro semestre
De janeiro a junho, o déficit primário acumulado pelo governo central é de R$ 56,092 bilhões, montante 54% maior do que o resultado negativo de R$ 36,477 bilhões registrado no mesmo período de 2016.
A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou que o aprofundamento do déficit primário no primeiro semestre de 2017 é explicado "quase em sua totalidade pela antecipação do pagamento de precatórios".
Segundo o Tesouro, se fosse desconsiderada a antecipação do pagamento de precatórios, o resultado fiscal no acumulado até junho seria de déficit de R$ 38 bilhões. Em junho, sem o pagamento da rubrica, o déficit seria de R$ 11,3 bilhões.
Nos primeiros seis meses do ano, a receita líquida total do governo central teve queda real de 2,7% ante o mesmo período do ano passado, somando R$ 548,187 bilhões. Entre janeiro e junho de 2016, a arrecadação foi de R$ 540,036 bilhões.
As despesas totais cresceram 0,5% acima da inflação no acumulado dos seis primeiros meses do ano. Entre janeiro e junho, elas ficaram em R$ 604,279 bilhões, contra R$ 576,513 bilhões no mesmo período de 2016.
A meta de déficit primário do governo central para este ano é de R$ 139 bilhões. Nos 12 meses encerrados em junho, o déficit fiscal é de R$ 182,8 bilhões, em valores corrigidos pela inflação, o que corresponde a 2,83% do Produto Interno Bruto (PIB).
Investimentos
Os investimentos do governo federal no primeiro semestre somaram R$ 16,927 bilhões, o que representa queda de 36,7% em relação aos R$ 26,755 bilhões apurados no mesmo período de 2016.
Somente com o Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), os pagamentos totalizaram R$ 10,337 bilhões, o que corresponde a uma queda real de 48,2%. Desse valor, os pagamentos do Minha Casa, Minha Vida somaram R$ 1,407 bilhão, uma redução real de 55,1%.
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