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Ibovespa fecha em queda com preocupação sobre exterior e meta fiscal

10/08/2017 17h55

Pelo segundo pregão consecutivo, o Ibovespa fechou em queda seguindo o comportamento negativo das bolsas americanas, que fecharam em baixa de mais de 1%. Os investidores estão receosos quanto a um possível conflito entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte e evitam os ativos de risco. O Ibovespa caiu 1% aos 66.992 pontos e movimentou R$ 5,7 bilhões. No final da tarde, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que "é melhor a Coreia do Norte se comportar ou estará em problemas como poucos países já estiveram."


A queda da bolsa brasileira também teve como motivo a preocupação do investidor em relação à mudança da meta fiscal do governo federal. Em nota conjunta divulgada pouco antes das 16h30, os ministros do Planejamento, Dyogo Oliveira, e da Fazenda, Henrique Meirelles, informaram que as discussões sobre a meta serão retomadas na segunda-feira. A meta do governo central está fixada em déficit primário de R$ 139 bilhões em 2017 e de R$ 129 bilhões em 2018. Com dificuldades para fechar as contas, a equipe econômica estuda elevar a previsão do rombo, que pode chegar a R$ 159 bilhões neste ano.


A instabilidade local e no exterior elevou a volatilidade das ações brasileiras. O indicador CBOE Brazil ETF Volatility, que mede a volatilidade implícita do iShares MSCI Brazil Capped ETF, composto por ações brasileiras, subiu 11,45% aos 28,91 pontos. Como comparação no auge da crise política, em 18 de maio, a volatilidade ficou em 57,62 pontos.


O movimento de venda de ações foi quase generalizado e poucos papéis fecharam em alta no pregão de hoje. Os destaques de valorização ficaram com os papéis da Kroton, que subiram 1,54%, e as ações da Estácio, com alta de 0,31%. A equipe de analistas do Bank of America Merril Lynch distribuiu relatório a clientes em que reitera a compra de ações da Estácio e elevou o preço-alvo de R$ 21 para R$ 23. As ações encerraram o dia em R$ 19,20.


A incerteza global elevou a cotação do dólar em 0,74% para R$ 3,17, o que favoreceu as ações das companhias exportadora. Os papéis ordinários da Fibria subiram 2,05%, as ações da Suzano Papel e Celulose tiveram alta de 1,36% e os papéis da Klabin ganharam 0,57%.


Os papéis do setor financeiro fecharam em baixa, com exceção do Banco do Brasil que subiu 0,49%. O banco divulgou hoje que teve lucro líquido ajustado de R$ 2,6 bilhões no segundo trimestre do ano, alta de 47,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A ação que mais caiu no setor foi Itaú Unibanco, que recuou 1,26%.


No setor de commodities, as principais ações - Vale e Petrobras - fecharam em baixa. Os papéis PNA da Vale recuaram 0,72% e as ações ordinárias tiveram recuo de 1,32%, apesar de o preço do minério de ferro ter subido 1,62% em Qingdao, na China, para US$ 76,68 a tonelada. As ações preferenciais da Petrobras caíram 2,44% e os papéis ordinários recuaram 2,51%. Os contratos futuros de petróleo WTI fecharam em baixa de 2,20% a US$ 48,48 barril.


As ações da Ultrapar caíram 2,63% e registravam o segundo maior movimento financeiro do Ibovespa, de R$ 628,93 milhões - no dia anterior o volume havia ficado em R$ 59,8 milhões. A ação com o maior volume de negócios foi a preferencial da Petrobras que girou R$ 746,41 milhões, acima dos R$ 364,8 milhões do dia anterior.


As ações da Embraer caíram 2,30%, depois que o Goldman Sachs cortou o preço-alvo da ADR da empresa de US$ 26 para US$ 18. A ação da Embraer estava cotada a R$ 14,75. Os papéis da Rumo caíram 2,70% mesmo depois de o Credit Suisse ter elevado o preço-alvo para a ação a R$ 13,50 e ter mantido a recomendação de compra. A Rumo divulgou ontem que reduziu o prejuízo em 83,3% no segundo trimestre do ano. A empresa teve prejuízo de R$ 301, bilhões, ante perdas de R$ 183,9 milhões no mesmo período do ano anterior.


Fora do Ibovespa, as ações da Positivo Tecnologia caíram 10,54%. A empresa demitiu nos últimos dias dois executivos do alto escalão da empresa. A companhia dispensou Maurício Roorda do cargo de diretor vice-presidente de marketing e vendas, após oito anos na vaga, e Elaine Camargo Roginski Guetter da função de diretora vice-presidente de tecnologia educacional.


As ações da Gol caíram 4,96%. Ontem, a empresa divulgou prejuízo líquido de R$ 475 milhões no segundo trimestre deste ano, ante lucro de R$ 252,5 milhões no mesmo período do ano passado. A empresa afirmou que a última linha do balanço foi prejudicada pelo câmbio, que gerou prejuízo contábil de R$ 475 milhões, sem efeito caixa. Ontem, também, o plenário do Senado decidiu adiar por 15 dias a votação do Projeto de Resolução 55, de 2015, que unifica a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) sobre o querosene de aviação. O texto prevê a redução da alíquota teto de 25% para 12% em todos os Estados.