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Copel estuda corte de custos e venda de ativos

15/08/2017 11h18

Depois de comunicar, no último dia 10, o cancelamento da capitalização em estudo, a Copel avalia várias alternativas para levantar caixa neste ano, como cortes de custos e vendas de ativos. A informação foi transmitida nesta terça-feira (15) por Adriano Moura, diretor financeiro e de relação com investidores, em evento promovido pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) em São Paulo.


Segundo Moura, a Copel acredita fortemente na geração de caixa adicional no segundo semestre do ano. Além disso, a companhia conta com o caixa dos novos projetos que entrarão em vigor nos próximos meses e em 2018.


"Outra frente importante é a revisão de todos nossos contratos e serviços. Estamos revisando todos", disse Moura. Segundo ele, há um comitê multifuncional que está avaliando todas as alternativas para cortar gastos.


O plano de demissão voluntária e aposentadoria antecipada também deve ajudar nisso. Segundo Sergio Guetter, presidente da companhia, há 800 funcionários elegíveis para o plano.


Mercado livre


SegundoFelipe Pessuti, superintendente de mercado de capitais da área de relações com investidores, aCopel está vendendo energia no mercado livre a um preço na faixa de R$ 180 por megawatt-hora (MWh) a R$ 200/MWh.


"O preço está mais para R$ 200/MWh do que para R$ 180/MWh", disse.


Para este ano, a Copel tem 21,6% da sua energia assegurada descontratada, como proteção ao risco hidrológico (medido pelo fator GSF, na sigla em inglês), e 72,9% no mercado livre, ao preço médio de R$ 173,77/MWh.


Para 2018, o montante ainda descontratado cresce para 31,3%.


Alavancagem


Pessuti disse que a Copel está confiante de que vai conseguir terminar o ano com uma alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda inferior a 3,5 vezes, limite dos 'covenants', as cláusulas restritivas nos seus contratos de dívida.


"A perspectiva da companhia de gerar Ebitda maior no segundo semestre do ano é clara. Por isso, estamos confiantes de que a alavancagem vai ficar abaixo de 3,5 vezes", disse.


Ao fim de junho, a relação entre dívida líquida e Ebitda estava em 4,1 vezes, quando considerados os avais e garantias, acima dos 2,8 vezes do fim de março e dos 3,1 vezes de dezembro.


Petrobras


O presidente da Copel,Sergio Guetter,espera ter boas notícias "nos próximos dias" sobre a negociação de um contrato de gás para a termelétrica de Araucária.


Segundo o executivo, a companhia teve reuniões com a Petrobras para discutir o contrato de gás. "Vamos fechar um acordo bom para os dois lados. É importante despachar Araucária o quanto antes", disse.


A Copel negocia ainda um contrato que chegue até o próximo ano. "Também temos discutido com a Aneel e o Ministério de Minas e Energia o despacho das termelétricas na base", disse.