Barroso tira sigilo de inquérito contra Renan no caso Postalis
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso decidiu retirar o sigilo de um inquérito contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que apura o envolvimento do parlamentar em crimes no Postalis, instituto de previdência dos Correios. A investigação, a partir de agora, passa a tramitar publicamente.
A abertura do inquérito foi autorizada por Barroso no dia 9 de agosto, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o ministro, uma análise inicial dos autos revela elementos que sustentam a possibilidade de participação direta de Renan nas irregularidades. Ele determinou a remessa do processo à Polícia Federal (PF), para que sejam realizadas diligências em 60 dias.
Os investigadores apuram operações financeiras milionárias realizadas pelo fundo Postalis com a compra de papéis de empresas de fachada que seriam geridas pelo lobista Milton Lyra, ligado a Renan - e apontado como operador do PMDB no Senado. Lyra é suspeito de operar propinas para duas empresas que captaram R$ 570 milhões do Postalis.
Janot acrescentou que relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que a movimentação financeira não é compatível com os faturamentos das empresas do lobista.
O pedido de Janot é baseado nos acordos de delação premiada do doleiro Alberto Youssef, do ex-senador Delcídio do Amaral e do ex-executivo do grupo Hypermarcas Nelson Mello.
"Não se está diante de notícia sem qualquer apoio indiciário ou de notícia fundada somente em denúncia anônima, devendo-se dar prevalência, diante disso, do interessa da sociedade em ver esclarecidos os fatos", escreveu Barroso ao autorizar a instauração do inquérito. "Como se vê dos autos, o relato é detalhado, e se fez acompanhar de termos de colaboração premiada, relatórios de inteligência financeira, tudo a demonstrar haver nos autos elementos suficientes para justificar a instauração de investigação para melhor apuração dos fatos", concluiu o ministro.
Incluindo o Postalis, Renan responde a 17 inquéritos no STF.
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