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Ibovespa corrige preços e fecha a 74.539 pontos, com alta de 0,30%

12/09/2017 17h55

O Ibovespa deu continuidade à trajetória de alta depois de ultrapassar o recorde histórico, de 73.516 pontos, ontem. O índice chegou a alcançar o nível máximo de 75.332 pontos durante o pregão, mas recuou a menos de uma hora para o fim dos negócios e ficou em 74.539 pontos, alta de 0,30% em relação ao dia anterior. O giro financeiro subiu e alcançou R$ 7,4 bilhões, acima da média diária do ano, que é de R$ 6 bilhões.


De acordo com Leandro Martins, analista-chefe da corretora Nova Futura, o Ibovespa passou por um movimento saudável de correção de preços. Neste mês, o índice já subiu 5,23%. A correção de preços foi ajudada pela notícia de que o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de inquérito contra o presidente Michel Temer (PMDB). A medida está relacionada a supostas fraudes na edição do chamado Decreto dos Portos, envolvendo crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva e ativa.


De acordo com Christian Laubenheimer, gestor da Platinum Investimentos, a trajetória do Ibovespa permanece positiva. Do ponto de vista técnico, quando um ativo ultrapassa seu topo histórico a tendência é continuar em alta. "Depois de perder o ponto de resistência, o ativo atrai novas compras e é isso que está acontecendo com o Ibovespa hoje", diz.


Para ele, um fator que pode interromper a trajetória positiva da bolsa de valores seria uma segunda denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer. "Mas não parece que haja provas contundentes para uma nova denúncia", afirma Laubenheimer.


A alta de hoje foi beneficiada pela divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central que sinalizou que o ritmo de afrouxamento monetário pode ser reduzido. Os juros básicos da economia estão em 8,25% ano e a expectativa é que possam chegar a 6,25% no começo do ano que vem.


Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, os destaques de alta ficaram com os papéis da Ambev, de 3,70%, e com as ações PN da Cemig, de 3,56%.


O giro financeiro com papéis da Ambev ficou em R$ 593,64 milhões, bem superior ao movimento registrado no dia anterior, de R$ 226,18 milhões. A corretora que mais comprou ações da empresa foi a Bradesco, com R$ 90,59 milhões. Um dos motivos para a alta dos papéis foi a elevação da recomendação para as ações feita pelo Credit Suisse, de neutra para compra. O banco também aumentou o preço-alvo para a ação da companhia em 17,5%, passando de R$ 20 para R$ 23,50.


Em relatório, o Bradesco estima que a Ambev proporcionará em 2018 um aumento de dividendos de 4,7% ante 3,3% neste ano, além de retorno total de 20% para o acionista, o que é considerado atraente na visão do banco.


As ações da Cemig subiram reagindo à notícia de que a Vale está interessada em participar do leilão de concessão das hidrelétricas que pertenciam à estatal elétrica mineira e que serão relicitadas. A mineradora tem interesse nas usinas Jaguara, Miranda e São Simão.


Os papéis ON da Vale subiram 0,48%, seguindo a valorização do preço do minério de ferro no mercado internacional. A tonelada do produto subiu 2,5% em Qingdao, na China, para US$ 76,37.


As ações da Petrobras chegaram a subir durante o pregão, mas inverteram o movimento. Os papéis PN da estatal recuaram 0,80% e tiveram giro financeiro de R$ 742,17 milhões, o maior movimento financeiro do Ibovespa e superior aos R$ 522,21 milhões, do dia anterior. Os papéis ON caíram 0,77%.


Os papéis do sistema financeiro também inverteram a tendência positiva em que operaram durante o dia e recuaram. A maior baixa do setor ficou a ação ON do Banco do Brasil, que caiu 1,14%.