Eunício nega ter feito acordo com Maia sobre fundo eleitoral
Em mais um capítulo da rusga entre PMDB e DEM, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), rebateu nesta quinta-feira (21) afirmações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que o Senado teria quebrado um acordo feito com ele para a aprovação de um fundo eleitoral nos moldes de projeto defendido pelo senador Ronaldo Caiado (DEM-RJ).
Relatado por Ataídes Oliveira (PSDB-TO), esse texto prevê o fim do horário eleitoral gratuito e a destinação ao fundo do dinheiro das isenções concedidas às emissoras para exibir esses programas.
Eunício defende um texto escrito por Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, que trabalhou para retirar Ataídes da relatoria substituindo-o por Armando Monteiro (PTB-PE). Esse texto prevê que o fundo será composto majoritariamente pelo dinheiro reservado a emendas de bancada.
Enquanto Jucá afirma ter negociado com a Câmara para que o projeto de Jucá fosse aprovado, Maia tem dito a interlocutores que fez o acordo para votar o projeto de Caiado.
"Eu não sei com quem foi feito o acordo. Eu não fiz acordo para aprovar o texto do Caiado. Eu não fiz acordo. Porque quando eu faço acordo eu cumpro acordo", disse Eunício.
Ele citou como ponto negativo do texto de Caiado dispositivo "que permite que um candidato possa utilizar dinheiro público para comprar tempo de televisão". "Aí vai desigualar as candidaturas. E vai elevar esse valor de tempo de televisão a preços estratosféricos. E de qual televisão ou de qual rádio você vai comprar o tempo? Então, nós retiramos isso. O relator retirou isso do texto", afirmou.
Ontem, Maia fez um duro pronunciamento se queixando do PMDB e do Palácio do Planalto, que para ele estariam atuando para conter o crescimento do DEM no Congresso.
Ele citou, entre outros fatos, a participação dos ministros Moreira Franco (secretaria-geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil) na cerimônia de filiação do senador Fernando Bezerra (PE) ao partido, na semana retrasada. Bezerra negociava sua ida ao DEM, mas acabo fechando com o partido do presidente Michel Temer.
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