Dólar acumula alta de 0,45% na semana
O comportamento do câmbio doméstico foi novamente direcionado pelo exterior. Em dia de baixa quase generalizada da moeda dos Estados Unidos, houve, por aqui, queda moderada da cotação, ainda respeitando a banda informal de R$ 3,10 a R$ 3,15. O movimento, entretanto, não foi suficiente para superar o ajuste de alta à percepção de que ainda está na mesa uma nova elevação de juros nos Estados Unidos em 2017.
Domesticamente, as atenções nos próximos dias devem se voltar para a tramitação na Câmara da denúncia contra o presidente Michel Temer. O comportamento dos ativos domésticos reflete a leitura de que o peemedebista deve ter apoio suficiente para barrar o processo.
Ainda assim, o risco é de que a agenda de reformas, em especial a da Previdência, continue a ser postergada.A aprovação da medida antes da eleição presidencial de 2018 não parece estar nos preços. Até por isso, uma surpresa positiva tem potencial de reduzir o prêmio.
Para essa descompressão, também é observada a situação fiscal. O resultado primário estimado pelo 4º Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, divulgado nesta sexta-feira (22) pelo Ministério do Planejamento, subiu de um déficit de R$ 139 bilhões para um resultado negativo de R$ 146,175 bilhões.
O mercado de câmbio ainda pode observar alguma instabilidade típica de fim de mês por causa da formação da PTAX. A taxa serve de referência para liquidação de derivativos cambiais e, por isso, costuma gerar disputa entre players com posições diferentes no mercado.
Já no começo de outubro devem vencer US$ 3,975 bilhões em contratos de swap cambial, caso o Banco Central mantenha o ritmo atual de rolagem do vencimento de outubro. O BC tem sinalizado a intenção de postergar o prazo de US$ 6 bilhões de papéis que expirariam no próximo dia 2 ante o lote de US$ 9,975 bilhões.
"Esse efeito de redução de liquidez já está antecipado pelo mercado, mas não dá para descartar algum impacto", diz um operador.
O dólar comercial terminou a sessão desta sexta-feira em queda de 0,48%, a R$ 3,1276. Na semana, acumulou ganho de 0,45%, mesma direção das perdas de outros emergentes.
O contrato futuro para outubro, por sua vez, recuava 0,40%, a R$ 3,1295, por volta das 17h30.
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