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Dólar sobe às vésperas de votação de nova denúncia contra Temer

16/10/2017 19h16

O mercado de câmbio brasileiro sentiu a pressão vinda do exterior e, ao fimda sessão desta segunda-feira (16), a cotação piorou de sinal, passando a figurar como a segunda com performance mais fraca no dia.No fechamento das operações interbancárias, o dólar comercial subiu 0,72%, a R$ 3,1720, não muito distante da máxima intradiária (R$ 3,1735).


Apenas o peso mexicano (-0,79%) tinha desempenho pior do que o real, no fim da tarde, considerando uma lista de 33 divisas globais.


Enquanto no exterior uma série de moedas perdia ante o dólar, reflexo das expectativas de aumento de juros pelo Federal Reserve (Fed, BC americano), aqui essa preocupação foi fortalecida pela elevação das tensões entre a Câmara dos Deputados e o governo, na véspera da leitura, na Casa, da denúncia contra o presidente Michel Temer.


No mercado, não se fala em preocupação relevante ou temor de algum revés à expectativa de que o presidente tenha resultado favorável na futura votação. Mas fica a percepção de que o processo poderá ser mais tortuoso e sujeito à volatilidade adicional.


As impressões de investidores podem melhorar caso a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprove com ampla margem o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que recomenda o arquivamento da denúncia contra Temer. As reuniões para apreciação da segunda denúncia ocorrerão na terça-feira (17), quarta (18) e quinta (19). A expectativa é que o texto vá a Plenário até dia 23 de outubro.


A questão é que as relações entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o Palácio do Planalto - que já vinham estremecidas - ficaram ainda mais delicadas depois da publicação na internet, pela Câmara, de vídeos da delação premiada do doleiro Lúcio Funaro. O evento provocou rusgas entre Maia e o advogado de Temer, Eduardo Carnelós.


Entre investidores, não se projeta que a denúncia contra Temer avançará ao Supremo Tribunal Federal. Mas há preocupações de que os ruídos atrapalhem a retomada do debate em torno de reformas econômicas, sobretudo a da Previdência.