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PIB brasileiro deve crescer 0,5% neste ano e 2,5% em 2018, vê Credit

16/10/2017 13h08

O Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 0,5% neste ano e 2,5% em 2018, de acordo com o Credit Suisse. Os números estão em relatório de outubro da instituição financeira. O boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, aponta para crescimento de 0,72% neste ano e também de 2,5% no ano que vem, de acordo com a mediana das estimativas do mercado financeiro.


Do lado da demanda, o Credit Suisse espera neste ano alta "moderada" de 0,8% do consumo das famílias, por causa de "condições ainda desfavoráveis dos mercados de trabalho e de crédito". Já as exportações e as importações devem crescer respectivamente 2,3% e 2,8% em 2017. Por outro lado, o consumo do governo e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida do que se investe em construção, máquinas, equipamentos e inovação) devem cair 1,6% e 3,3%, respectivamente.


No ano que vem, por sua vez, todos os componentes do lado da demanda devem apresentar expansão ou na pior das hipóteses estabilidade, segundo banco. O Credit aposta em uma alta de 5% dos investimentos (FBCF), em função "da política monetária mais expansionista", com o consumo do governo apresentando estabilidade em relação a 2017. Já para os demais componentes, as projeções são todas de alta: consumo das famílias (2,8%), exportações (3,2%) e importações (4,3%).


Do lado da oferta, o banco calcula crescimento em 2017 e 2018 para a agropecuária (11,5% e 3,3%, respectivamente). A indústria deve recuar 0,7% neste ano, mas crescer 2,9% no ano que vem. Já o PIB dos serviços deve apresentar estabilidade em 2017 e expansão de 2,2% em 2018.


"A aceleração da safra agrícola contribuirá para a reversão da recessão em 2017", diz o relatório. "A relativa estabilidade de serviços também contribuirá para essa recuperação. No entanto, a dinâmica desfavorável da indústria dificultará uma retomada mais significativa da economia em 2017."


Mesmo assim, o Credit Suisse afirma que os serviços e a produção industrial já vêm mostrando melhores resultados nos últimos meses. No caso da indústria, essa melhora vem da "aceleração na produção da indústria de transformação e estabilidade na produção da indústria extrativa". Por categoria de uso, os destaques são "a retomada na produção de bens de consumo duráveis nos últimos meses, em decorrência da forte alta na produção de veículos" e "a produção de bens intermediários, que aumentou gradualmente desde meados de 2016".


O banco faz uma ressalva em relação aos serviços, no entanto, lembrando que houve recentemente uma mudança metodológica na Pesquisa Mensal dos Serviços (PMS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Essa alteração aumenta a incerteza em relação ao real ritmo de crescimento da economia", diz o relatório.


Para o Credit Suisse, o desembolso das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) contribuirá, no máximo, com crescimento de 0,43% do PIB neste ano, desempenho que ele considera "pouco expressivo".