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NY e commodities pesam e Ibovespa cai; dólar sobe

19/10/2017 14h38

O tom negativo para as bolsas globais afeta diretamente o Ibovespa nesta quinta-feira. As preocupações com o separatismo da Catalunha contribuem para moderar o apetite por ativos de risco no mundo e estimulam um movimento de realização de lucros tanto em Wall Street quanto nas bolsas emergentes. E a queda das commodities, atribuída também a um movimento de ajuste, pesa adicionalmente sobre a bolsa local.


Às 13h35, o Ibovespa caía 1,46% para 75.484 pontos.. Em Wall Street, Dow Jones caía 0,30%, S&P 500 cedia 0,34% e Nasdaq recuava 0,73%.


Petrobras e Vale dão grande contribuição para esse movimento. Os papéis, com grande peso sobre o Ibovespa, lideram o giro nesta manhã. Vale ON caía 0,74% e havia negociado R$ 218 milhões. Já Petrobras PN recuava 0,74%, com giro de R$ 179 milhões.


Mas a maior queda era MRV. O papel reflete a preocupação de a Caixa Econômica Federal parar de financiar o programa Minha Casa Minha Vida, que é o grande foco da empresa construtora.


Nesse sentido, é importante observar que a possibilidade de o governo autorizar a Caixa emita R$ 10 bilhões em bônus perpétuo junto ao FGTS, conforme o Valor noticiou, poderia ser uma boa notícia para o setor. Assim, analista ouvido pela repórter Chiara Quintão considera "exagerada" a reação das ações a esse tema.


Outras ações do setor também sofrem nesta quinta-feira, o que coloca o Índice Imobiliário -2,22%) na pior posição dentre os demais indicadores setorias. Além de MRV, Cyrela sofre com a divulgação da prévia operacional. A empresa informou lançamentos de R$ 532 milhões e vendas de R$ 730 milhões. "Esses dados mostram problemas em relação ao que o mercado estava precificando para a empresa", afirma o gestor de um fundo.


A MRV caía 3,63% e Cyrela cedia 3,90%.


Dólar


O câmbio doméstico devolve parte do desempenho positivo dos últimos dias. Nesta quinta-feira, o ajuste conduz o real a um dos piores desempenhos diários dentre as principais divisas globais. No entanto, o mercado local ainda se respalda na expectativa de entrada de recursos no país e na percepção relativamente calma sobre a cena política.


Um dia após a captação externa do Banco do Brasil, foi a vez da Azul abrir a emissão de um bônus lá fora. Como apurou oValor, a empresa planeja captar inicialmente de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões com o papel de sete anos. A leitura no mercado é de que as iniciativas devem se traduzir em fluxo positivo, contribuindo para o bom comportamento do câmbio local.


O dólar tem operado por aqui dentro de um intervalo estreito nas últimas semanas. Mesmo na máxima hoje, a divisa ficou aquém do nível de R$ 3,18. Essa região ainda atrai vendas de dólar e consegue impedir alta maior contra o real, aponta o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior. "Há condições para continuar nesse intervalo, o fluxo continua muito bom e sem surpresas na política", explica.


Como esperado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara rejeitou a segunda denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer. Agora, é aguardada a votação da medida no plenário da Casa, prevista para a próxima quarta, sob expectativa no mercado de que o processo será barrado.


Um ímpeto mais positivo para o real poderia vir da reforma da Previdência. Por ora, o avanço da medida - parada no Congresso desde meados de maio - ainda é vista com ceticismo. Isso porque o calendário até o fim de 2017 é apertado e o ano que vem será marcado pela disputa eleitoral, dificultando o apoio a propostas impopulares.


Nesta quinta-feira, a alta do dólar se ampara por aqui numa menor disposição a assumir riscos no exterior, como pode ser visto na queda das bolsas globais. A desvalorização das commodities também abre espaço para correção hoje, assim como as tensões políticas sobre a independência da região da Catalunha. Considerado um termômetro de risco, o índice Vix de volatilidade no exterior avança cerca de 10% na sessão.


Em geral, as variações no mercado global de moedas são pouco acentuadas. A exceção é a desvalorização de quase 2% do dólar da Nova Zelândia em meio à formação de um novo governo no país. O real tem o segundo pior desempenho do dia, depois de ficar entre as melhores perfomances nas últimas sessões. Por outro lado, o peso mexicano, o rand sul-africano e a lira turca operam em leve alta.


Por volta das 13h35, o dólar comercial opera em alta de 0,27%, cotado a R$ 3,1736.


Juros


Os juros futuros se firmam em queda no início da tarde desta quinta-feira, depois de passar boa parte da manhã perto da estabilidade. De acordo com profissionais de mercado, o leilão de títulos prefixados voltou o limitar a viés de queda das taxas mais cedo, apesar do volume ofertado não ter vindo como grande surpresa.


O DI janeiro/2018 cai a 7,320% (7,343% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 recua a 7,230% (7,260% no ajuste anterior).


Já o DI janeiro/2021 recua a 8,860% (8,910% no ajuste anterior).