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Ibovespa oscila perto da estabilidade em dia de balanços; dólar sobe

26/10/2017 15h04

Depois de uma abertura mais vigorosa, o Ibovespa voltou a oscilar ao redor do nível do fechamento de ontem. O mercado digere os resultados de grandes companhias divulgadas hoje, ao mesmo tempo em que reflete a pressão por realização de lucros e busca por boas oportunidades de compra. Mas, de um modo geral, a leitura ainda é positiva e de que, de forma mais gradual, o índice deve prosseguir em trajetória positiva.


Às 13h55, o Ibovespa subia 0,17% para 76.798 pontos. Na máxima, alcançou 77.061 pontos.


As ações da Eletrobras permaneceram em alta e chegaram a subir cerca de 3% durante a sessão, renovando assim as máximas em um ano, operando sob a expectativa da divulgação da Medida Provisória que definirá a privatização da companhia. Às 13 horas, a ação ON subia 1,45% e a PNB, +0,85%.


Ações de outras companhias estatais também avançavam de forma expressiva. É o caso de Sabesp ON (1,64%), e Banco do Brasil, que também conquistou hoje a máxima intraday no ano (1,40%).


Na ponta negativa, o destaque é Lojas Renner, 2,85%, para R$ 36,54. Vale observar que, ontem, a ação alcançou R$ 37,60, que é a maior alta intradia em 12 meses, o que pode ajudar a explicar a correção.


Entre as empresas que divulgaram resultado hoje, destaque para Vale, que registrou lucro líquido de US$ 2,230 bilhões no terceiro trimestre, ligeiramente abaixo da projeção de analistas, de US$ 2,65 bilhões, segundo a média das estimativas colhidas pelo Valor. No entanto, o resultado veio bem acima do segundo trimestre deste ano, quando a companhia mostrou lucro líquido de US$ 16 milhões. O resultado foi 287% superior ao verificado em igual período do ano passado. Ainda assim, a ação ON caía há pouco 1,49%.


Em relatório, analistas do J.P. Morgan observam que, embora a relação preço/lucro do mercado brasileiro esteja perto do nível mais alto dos últimos 10 anos, ainda há espaço para crescimento do lucro no Brasil. Essa é uma das razões para o banco reiterar sua visão "overweight" para o mercado brasileiro. O J.P.Morgan diz que está mais exposto a empresas ligadas ao ciclo de recuperação econômica e menos àquelas sensíveis ao corte de juros, evento que já foi precificado em grande parte. Segundo os analistas, foi adicionada à carteira Via Varejo (exposta ao ciclo econômico e com valuation atrativo) e removida Ecorodovias. "Permanecemos neutros nas empresas financeiras, mas trocamos Itaú (com valuation elevada e sem crescimento de lucros em 2018) por Banco do Brasil e B3, ambos mais expostos a uma positiva história de Brasil, enquanto mantemos Itausa


Dólar


A firme alta do dólar no exterior abre caminho para novo desempenho negativo do câmbio brasileiro. Dentre as principais divisas globais, o real tem desempenho mediano, próximo do peso mexicano. Ainda assim, profissionais de mercado apontam que o movimento também seria amparado pela cautela com o ambiente político.


O avanço da reforma da Previdência ainda é visto com ceticismo pelos agentes financeiros mesmo após Michel Temer se esquivar de segunda denúncia da Procuradoria Geral da República. Ele teve os 172 votos que precisava para se manter no poder, mas ficou aquém dos 257 votos da maioria absoluta.


"A despeito de uma possível mudança na presidência ter saído da frente, os desafios internos são gigantes", alerta o estrategista Paulo Nepomuceno, da Coinvalores. Entre os pontos principais de atenção, ele aponta o esforço "de aprovar uma agenda reformista sem muita base parlamentar", acrescenta.


Por outro lado, ainda há a leitura de que o câmbio local se resguarda com a expectativa de entrada de recursos no país, as contas externas sólidas e a capacidade de o Banco Central usar contratos de swap cambial para contar a volatilidade nas moedas.


A pressão no mercado de moedas vem também com a espera pela definição do novo presidente do Federal Reserve. Janet Yellen, John Taylor (da Universidade de Stanford) e o atual governador do Fed Jerome Powell figuram entre os candidatos mais cotados nos últimos dias. Espera-se que o presidente americano, Donald Trump, anuncie sua escolha antes de sua viagem à Ásia no dia 3 de novembro.


Hoje, a queda do euro também contribui para uma força maior da divisa americana. O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, sinalizou que o programa de compras de ativos pode ser prorrogado além da nova data estipulada de vencimento, em setembro de 2018. Com isso, a moeda europeia cai mais de 1% frente ao dólar.


Por volta das 13h55, o dólar comercial subia 0,29%, a R$ 3,2534, tendo tocado máxima em R$ 3,2629.


Juros


A alta dos juros futuros se intensifica nesta quinta-feira. Em um dia que já conta com a pressão vinda da oferta de títulos públicos e ambiente externo menos benigno, o avanço das taxas se ampara também nas persistentes incertezas do cenário político.


ODI janeiro/2018 é negociado a 7,230% (7,254% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 avança a 7,320% (7,240% no ajuste anterior).


O DI janeiro/2021 sobe a 9,030% (8,900% no ajuste anterior) enquanto o dólar comercial tem alta de 0,41%, a R$ 3,2574.


Entre vencimentos mais longos, o DI janeiro/2023 marca 9,710% (9,590% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025 registra 10,030% (9,910% no ajuste anterior).