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Lula diz que, se eleito, o teto de gastos será revogado

26/10/2017 17h49

Alvo de críticas da oposição ao governo Michel Temer (PMDB), o teto de gastos públicos, aprovado no ano passado, deverá ser revogado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja eleito em 2018.


A afirmação foi feita por Lula nesta quinta-feira durante um breve discurso na cidade de Araçuaí, em Minas Gerais.


Depois de ter visitado o Instituto Federal do Vale do Jequitinhonha, que fica na cidade, o petista subiu em um carro de som e prometeu levar uma universidade para lá caso eleito. Aracuaí tem 37 mil habitantes localizada na região nordeste do Estado.


"A gente não sabe o que vai acontecer no dia de amanhã, a gente não sabe o que vai acontecer em 2018, mas eu quero que vocês saibam uma coisa. Se o PT voltar a governar este país, essa universidade vai sair aqui em Araçuaí", disse Lula diante de um grupo de apoiadores.


"Nós vamos ter que revogar a tal da PEC [Proposta de Emenda à Constituição] que o Temer conseguir votar no Congresso Nacional que limita o gasto com a educação e o gasto com a saúde."


A PEC foi aprovada em dezembro de 2016 sob o argumento de que é um instrumento para controlar os gastos e ajudar as contas públicas nas próximas duas décadas. Críticos afirmam que na prática a medida vai fatalmente levar a uma piora na qualidade educação e saúde.


Em entrevista ao Valor publicada no dia 18, o ex-ministro da Fazenda e do Planejamento do governo Dilma Rousseff (PT) já havia defendido a revisão do teto dos gastos. "Isso vai ter que ser reformulado", disse Nelson Barbosa na ocasião. Para ele, a ideia de controlar mais o gasto público é correta, mas da forma que foi aprovada ela reduzirá o tamanho do Estado num ritmo muito acelerado deixando consequências claras para o próximo presidente.


Desde segunda-feira, Lula tem viajado de ônibus por cidades de Minas Gerais, como parte de sua pré-campanha a presidente. O petista lidera todas as pesquisas de intenção de voto.


Na segunda, num discurso em Ipatinga, primeira cidade de seu roteiro por Minas, Lula falou de sua intenção de rever medidas aprovadas por Temer. Na ocasião, o ex-presidente falou da necessidade de convocar um referendo revogatório contra medidas, caso se eleja.


"A gente tem que pedir autorização do povo para mudar o que eles fizeram, porque se não a gente não consegue governar esse país", disse ele, sem mencionar quais medidas exatamente poderiam ser objeto de um referendo em um governo petista.


Lula estará na sexta-feira em Montes Claros, onde se encontrará com o empresário Josué Gomes da Silva, do grupo têxtil Coteminas e filho de José Alencar, que foi vice-presidente durante os dois governo de Lula.