Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Juros futuros sobem com turbulência política

07/11/2017 18h24

Os prêmios de risco voltaram a subir na curva de juros da BM&F nesta terça-feira (7), embora em magnitude menor que nos últimos dias. O mau humor no mercado de ações, o retorno da alta do dólar e o noticiário político-econômico desfavorável atuaram em conjunto para levar investidores a desfazer posições benignas na renda fixa.


Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2019 operava a 7,280% ao ano (7,290% no ajuste anterior).O DI janeiro/2020 subia a 8,500% (8,470% no último ajuste).O DI janeiro/2021 ia a 9,330% (9,280% no ajuste de ontem).E o DI janeiro/2023 avançava a 10,080% (10,020% no ajuste anterior).


A queda do Ibovespa a mínimas em dois meses e a alta do dólar para perto de R$ 3,29 voltam a denotar um enfraquecimento do sentimento com relação não só a emergentes como um todo, mas também com o mercado brasileiro. E desta vez o noticiário político trouxe uma informação que preocupou investidores.


A expressão que tem circulado nas mesas de operação é que o presidente Michel Temer teria "jogado a toalha" em relação à reforma da Previdência. O comentário vem a partir da fala do presidente ontem, quando admitiu que a PEC da reforma pode não ser votada em seu governo, que vai até o fim de 2018.


O secretário de acompanhamento econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, se apressou para dizer, nesta terça-feira, que o presidente Temer "não jogou a toalha" da reforma da Previdência. Na visão dele, Temer disse que vai tentar passar essa reforma, mas deixou claro que ela depende do Congresso Nacional, o que é normal em uma democracia. O secretário disse, ainda, que a incerteza em torno da reforma previdenciária está tendo impacto nas taxas de juros futuras no mercado para 2020. Para ele, dado o cenário de inflação baixa, essas taxas deveriam ser menores.


Para um gestor, o mercado já não mostrava consenso sobre a aprovação da reforma até 2018, mas o comentário de Temer deixa a sensação de que o esforço de negociação poderá ser menor ou de que o governo vê perda de apoio no Congresso maior do que a estimada pelo mercado.


"Olhando a curva parece que o Brasil está em liquidação, mas nem esses preços atraem comprador. É um sinal claro de que o humor pode, sim, estar passando por uma virada estrutural", diz o profissional.


O spread entre os DIs janeiro/2023 e janeiro/2019 - uma medida de risco - subiu 8 pontos-base, para 280 pontos-base, reaproximando-se da máxima histórica de 286 pontos alcançada na última sexta-feira.