IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Ibovespa tem leve alta com declarações do futuro Fed; dólar cai

28/11/2017 14h44

O Ibovespa voltou a operar no terreno positivo nesta terça-feira e permaneceu acima dos 74 mil pontos durante toda a sessão. O noticiário político doméstico e a melhora do mercado externo contribuem para esse movimento que, por ora, parece muito mais uma recuperação do que uma tendência firme de alta.


Às 13h35, o Ibovespa subia 0,22%, aos 74.226 pontos. Na mínima, o índice foi a 74.060 pontos.


Segundo operadores, a confirmação de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, será o presidente do PSDB, ampliando as chances do tucano ser o candidato do partido à Presidência da República, contribui para a melhora do humor do mercado, que vê em Alckmin um nome pró-reformas. A desistência do apresentador Luciano Hulk de lançar-se candidato reforça essa leitura favorável, por contribuir para a unidade da ala centro-direita em torno da candidatura de Alckmin.


Ao mesmo tempo, há uma cerca "esperança" em torno da aprovação da reforma da Previdência. "Tudo indica que o governo está disposto a votar alguma coisa dessa reforma", afirma um analista. "Se isso ocorrer, então há espaço para uma melhora adicional."


Durante boa parte da manhã, os destaques positivos do índice foram os bancos, reagindo ao acordo dos bancos para pagar R$ 10 bilhões referentes a perdas dos poupadores com planos econômicos das décadas de 80 e 90. Estimava-se que esse valor poderia chegar a R$ 30 bilhões. Além disso, o risco era de que o pagamento fosse à vista, mas o acordo permitiu o parcelamento em três vezes.


Como os papéis de instituições financeiras caíram movidos pelas expectativas em torno dessa definição, hoje essas ações se recuperam. "Esse acordo tira um passivo da frente dos bancos", define um profissional. Banco do Brasil, subia 1,74% para R$ 32,72. Já Bradesco ON avançava 0,64%, Bradesco PN tinha alta de 0,39%, Itaú subia 0,54%. No fim da manhã, Santander inverteu o sinal e passou a cair 0,26%.


Vale também segue no foco dos investidores nesta manhã, reagindo a um conjunto de notícias positivas para a companhia. Hoje, o BTG Pactual elevou a recomendação da ação de neutra para a compra, e elevou o preço-alvo para o ADR de US$ 11 para US$ 14, diante da redução do risco da companhia. O papel chegou a operar em queda seguindo outras mineradoras no mercado global. Mas, às 12h40, firmou-se em alta com valorização de 0,90%.


As variações moderadas dos preços das ações nesta manhã, tanto de queda quanto de valorização, demonstram que o clima geral no mercado, no entanto, ainda é de compasso de espera. A alta mais intensa do índice - Marfrig ? era de 2%. Na outra ponta, a queda mais intensa ? Multiplan ON ? era de 1,68%.


Essa é uma demonstração de que investidores evitam grandes movimentos hoje, enquanto aguardam tanto pelo desenrolar das negociações para a votação da reforma da Previdência. E também atentos ao noticiário externo. Hoje, o futuro presidente do Fed, Jerome Powell, será sabatinado pelo Senado, a partir das 13 horas, evento que pode trazer pistas sobre o futuro da política monetária americana e, assim, influenciar o comportamento dos negócios.


Câmbio


O dólar encontrou poucos catalisadores para firmar uma direção clara até o início da tarde desta terça-feira. A divisa opera com viés de alta, mas sem se distanciar do nível de R$ 3,22. Além de possíveis surpresas no campo político do Brasil, o que pode movimentar o mercado ainda hoje é a sabatina de Jerome Powell, indicado à presidência do Federal Reserve, no Senado dos Estados Unidos.


O sucessor de Janet Yellen deve reforçar uma postura mais favorável ao gradualismo na alta de juros da instituição, dando continuidade à política atual. A expectativa se reflete no comportamento relativamente tranquilo das moedas emergentes antes da sessão no Congresso, prevista para as 12h45 (de Brasília).


Por volta das 13h35, o dólar comercial subia 0,02%, a R$ 3,2203. O peso mexicano também se afastava pouco da estabilidade, enquanto rublo russo e rand sul-africano ganhavam terreno.


O contrato futuro para dezembro, por sua vez, tem sinal mais semelhante à valorização das emergentes, ao cair 0,20%, a R$ 3,2225.


O custo do seguro contra calotes, medido pelo Credito Default Swap (CDS) de cinco anos, é outro indicador que denota o tom mais ameno entre os emergentes. De acordo com dados da Markit, o CDS do Brasil era negociado mais cedo a 166 pontos-base, nível mais baixo desde 5 de dezembro de 2014 quando encerrou o dia em 165 pontos-base. A queda do indicador daqui acompanha em boa parte a movimentação dos pares. A diferença entre o indicador brasileiro e o do México é de 65 pontos-base, próximo dos níveis que têm sido mantidos nas últimas duas semanas.


A cena doméstica, entretanto, ainda traz cautela. A reforma da Previdência ainda é um dos principais pontos de incerteza para os agentes financeiros. Para o sócio e gestor na Rosenberg Investimentos, Marcos Mollica, ainda há esperança de aprovação da medida, agora numa versão mais enxuta. Mas prevalece um pouco de "desânimo". "O governo parece estar longe de conseguir os votos, mas a equipe é conhecida por ser eficiente na articulação", diz. "Nessa semana, ainda se espera alguma sinalização sobre a data para votação na Câmara", algo que ainda se não concretizou, acrescenta Mollica.


O que traz algum alento no cenário político é a informação de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, deve ser o novo presidente do PSDB. Para Mollica, a decisão na sigla pode trazer um pouco mais de unidade em torno da reforma da Previdência. Alckmin já mostrou a intenção de desembarcar do governo Michel Temer, mas tem reafirmado apoio à agenda de reformas.


Juros


Os juros futuros operam em queda desde o início da sessão desta terça-feira, com algum alívio nos vencimentos mais longos. De acordo com profissionais de mercado, o movimento se ampara na confirmação de que Geraldo Alckmin deve ser o novo presidente do PSDB, abrindo caminho para maior consenso dentro da sigla. O alento, entretanto, não é suficiente para nutrir a expectativa com a reforma da Previdência ou com a disputa eleitoral de 2018.


A diferença do DI janeiro de 2023 para o DI janeiro de 2019, por exemplo, caía a 2,96 pontos percentuais há pouco, ante o nível de 2,98 pontos no fechamento de ontem. Ainda assim, segue bem próximo das máximas recordes, de 3 pontos percentuais.


ODI janeiro/2021, que também reflete percepção de riscos mais estruturais, cai a 9,200% (9,240% no ajuste anterior).