Ineficiência da indústria integra contexto do país, dizem montadoras
Os problemas de falta de competitividade da indústria automotiva brasileira não podem ser analisados sob o ponto de vista setorial, segundo Dan Ioschpe e Philipp Schiemer, presidentes, respectivamente, do Sindicato da Indústria de Componentes (Sindipeças) e da Mercedes-Benz do Brasil.
"Muitas empresas estão entre as melhores em termos de produtividade, mas essa vantagem diminui quando se adiciona uma logística que quebra nossas peças pelo caminho, uma alta tributação, a necessidade de gastar em seguros por causa dos roubos, os juros reais e os litígios trabalhistas recorrentes", destacou Ioschpe.
Ioschpe e Schiemer participam hoje do seminário "Um ajuste justo", promovido pelo Insper e Banco Mundial. Os comentários dos representantes da indústria foram uma resposta à apresentação, no mesmo seminário, de um novo estudo do Banco Mundial. Apresentado por Tim Surtgeon, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), o trabalho crítica o excesso de proteção à indústria automobilística no Brasil e propõe uma redução gradual do imposto de importação.
"Somos a favor da abertura, mas trabalhamos numa indústria que precisa de previsibilidade. O que não podemos mais ter é uma política que abre o mercado hoje e volta a fechar daqui a dois anos. As regras não podem mudar no meio do jogo", destacou Schiemer.
Para Surtgeon, o Brasil precisa descobrir sua vocação no contexto global da indústria automotiva e não tentar replicar aqui todas as etapas da produção de um veículo.
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