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Dólar tem maior alta desde escândalo de Temer com JBS

07/12/2017 19h05

A migração do mercado para um cenário-base de não aprovação da reforma da Previdência neste ano provocou uma corrida por dólares nesta quinta-feira, conduzindo a moeda à maior alta diária desde os solavancos do escândalo envolvendo o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS.


Na máxima do dia, a cotação subiu 2,71%, para R$ 3,3186, maior nível desde 3 de novembro (R$ 3,3347).


No fechamento, a taxa desacelerou os ganhos, mas seguiu em firme rota ascendente. O dólar à vista encerrou com apreciação de 1,74%, a R$ 3,2870, pico para um término de sessão desde 14 de novembro (R$ 3,3083). O real liderou as quedas nos mercados globais de câmbio, considerando uma lista de 33 pares do dólar.


Os percentuais de alta, tanto da máxima quanto do fechamento, são os mais intensos desde 18 de maio, pregão seguinte às denúncias do Joesley contra Temer. Naquele dia, o dólar chegou a subir 8,85% e acabou a sessão com ganho de 8,06% - o mais forte desde 1999.


Naquele momento, a pressão sobre o câmbio vinda das delações da JBS decorreu da leitura de que Temer ficaria sem capital político para aprovar a agenda de reformas, centrada na da Previdência. É foi esse mesmo temor que hoje ditou a esticada do dólar.


Com o esvaziamento das apostas na reforma ainda neste ano, o mercado debate o potencial de piora nos preços a partir da confirmação de que o projeto só será votado a partir de 2018. Alguns analistas dizem que o patamar do dólar perto de R$ 3,30 limita o espaço para mais altas. A colocação do texto em votação seguida de uma eventual rejeição, por outro lado, deterioraria o sentimento de forma sensível, abrindo caminho para mais desvalorização da taxa cambial.