Dólar vai a máxima desde junho com mercado arisco com cena política
O dólar voltou a sentir a busca de investidores por proteção, em meio ao aumento das incertezas sobre a reforma da Previdência nesta quinta-feira. No encerramento das operações interbancárias, às 17h, a moeda americana subiu 0,77%, a R$ 3,3357. É o maior patamar para um fechamento desde 23 de junho, quando terminou em R$ 3,3384.
No mercado futuro, cujos negócios se encerram às 18h15, o dólar para janeiro tinha alta de 0,72%, a R$ 3,3390.
O real marcou hoje o terceiro pior desempenho global e, na semana, divide com a lira turca o posto de maior queda (-1,22%). Em dezembro, a divisa brasileira tem a segunda maior desvalorização (-1,95%). Em 2017, amarga a terceira colocação entre as maiores baixas (-2,55%).
Um movimento que chamou bastante atenção foi o do mercado de cupom cambial - taxa de juros em dólar negociada no mercado interno. A taxa do contrato com vencimento em fevereiro - o mais curto - saltou 10 pontos-base apenas hoje, para 2,59% ao ano. É o maior patamar do ano e a maior variação de alta em pontos-base desde 2 de junho (15 pontos-base).
O cupom cambial é tido como um termômetro de liquidez e/ou de expectativas para liquidez e costuma variar bastante apenas em momentos nos quais o mercado de fato coloca em xeque cenários que afetem as perspectivas de entrada de capital para o país.
Junto a isso, alguns analistas têm destacado há algum tempo a sensibilidade da taxa de câmbio doméstica às variáveis de risco diante da queda do diferencial de juros a favor do Brasil. Em tese, isso barateia o custo da operação de "hedge" em dólar - ou seja, do carrego de uma posição comprada na moeda americana. Historicamente, as altas taxas de juros no Brasil desestimularam a manutenção por muito tempo de posições a favor do dólar.
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