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Ibovespa opera em alta e dólar sai na casa de R$ 3,30 com cena externa

27/12/2017 15h07

O Ibovespa operou em alta e firmou-se na casa dos 76 mil pontos nesta manhã. O movimento ocorre a despeito do risco de o Brasil ser novamente rebaixado pela agência S&P nos próximos dias. Às 14 horas, o Ibovespasubia 0,73% para 76.263 pontos. Na máxima, atingiu 76.289 pontos e, na mínima, ficou em 75.708 pontos.


Além de um ambiente externo favorável ao risco, profissionais atribuem o desempenho favorável da bolsa ao fato de que um eventual rebaixamento do Brasil já "está no preço". E que a reação pode ser muito pontual, podendo até abrir espaço para compras.


O fato de o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ter assumido compromissos de avançar na agenda de reformas junto às agências é vista por parte do mercado como um fator que poderia, inclusive, adiar essa decisão de rebaixamento.


De todo modo, o que analistas dizem é que, mais importante do que a decisão da S&P, o que deve ditar o humor do mercado é a expectativa pelo julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 24 de janeiro.


Num dia positivo para o setor de varejo, chama a atenção o desempenho de Lojas Americanas. O papel subia 4,08%, maior alta do Ibovespa.


Na lista das maiores altas, também se destacam Lojas Renner (2,20%) e Natura ON (2,89%). Dados positivos vindo do varejo que corroboram a visão de retomada da economia local. Segundo reportagem do Valor, os primeiros indicadores de vendas para este Natal apontam para uma recuperação do varejo no fim de ano. Foi o primeiro Natal com expansão em receita nominal após dois anos com índices negativos.


Câmbio


O dólar chegou a perder o suporte de R$ 3,30 e opera nas mínimas em uma semana nesta quarta-feira, penúltima sessão do ano. A divisa é pressionada pelo dia de apetite por risco no mercado global de moedas e expectativas de entrada de capital ao Brasil.


Investidores se preparam para potenciais ingressos de recursos de operações que, segundo analistas ouvidos recentemente peloValor, podem ser antecipadas como forma de desvio da volatilidade eleitoral que tende a predominar de meados de 2018 até o fim do ano. Ontem, a Natura confirmou avaliar viabilidade de captação de recursos no mercado internacional.


A espera por fluxos se contrapõe aos dados de entrada e saída de capital referentes à semana passada e divulgados hoje pelo Banco Central (BC). Entre os dias 18 e 22 de dezembro saíram do Brasil, em termos líquidos, US$ 3,472 bilhões. No acumulado de dezembro, o fluxo negativo já soma US$ 6,231 bilhões.


Para os próximos dias, um fator que pode causar algum estresse no mercado é um eventual novo rebaixamento da nota de crédito soberano do Brasil pela S&P. Há expectativas no mercado de que a agência anuncie sua decisão ainda nesta semana. Analistas ponderam, contudo, que um "downgrade" já está em boa parte contemplado nos preços, o que limitaria o efeito negativo. Há avaliações inclusive de que a decisão poderia representar oportunidade de compra de ativos locais após causar inicialmente pressão nos mercados.


Às 14h03, o dólar comercial caía 0,17%, a R$ 3,3082. Na mínima, a cotação foi a R$ 3,2942, menor patamar desde 21 de dezembro (R$ 3,2915).


O dólar para janeiro cedia 0,05%, a R$ 3,3085.


Juros


Na penúltima sessão do ano, no mercado de juros futuros, as taxas de DI oscilam perto da estabilidade. Sem motores relevantes no dia, investidores mostram pouca disposição de alterar significativamente posições. De toda forma, segue a expectativa pela decisão da S&P sobre o rating brasileiro, com alguns no mercado financeiro considerando a possibilidade de anúncio ainda nesta semana.


Analistas ponderam, contudo, que um rebaixamento já está em boa parte contemplado nos preços, o que limitaria o efeito negativo. Há avaliações inclusive de que a decisão poderia representar oportunidade de compra de ativos locais após inicial pressão negativa.


Dessa forma, a decisão da S&P teria efeito limitado sobre as expectativas para os rumos da política monetária no começo do ano. O mercado já trabalha com corte de 0,25 ponto percentual da Selic no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro.


Analistas dizem que a grande ociosidade do mercado de trabalho deve colaborar para que a inflação se mantenha abaixo do centro da meta em 2018, o que reforça o cenário de manutenção dos juros em patamares baixos pelo BC. Hoje, o governo informou que 12.292 postos formais de emprego foram fechados em novembro.


Às 14h05, o DI janeiro/2019 subia 1 ponto-base sobre o ajuste de ontem, para 6,880% ao ano. O DI janeiro/2020 recuava 1 ponto-base, para 8,110%.


O DI janeiro/2021 cedia 2 pontos-base, para 9,110%. E o DI janeiro/2023 tinha queda de 1 ponto-base, para 10,070%.