Alta do dólar e juros futuros ganha força com pressão externa
A alta do dólar e dos juros futuros ganha força nesta segunda-feira. Profissionais de mercado atribuem o comportamento dos ativos a uma correção, induzida pelo ambiente externo mais pressionado.
No mercado brasileiro, às 11h30, o dólar comercial subia 0,81%, cotado a R$ 3,1643, tendo girado em R$ 3,13 nos últimos dias quando o entusiasmo com a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Sulva tomou o mercado. Na máxima, por ora, a moeda chegou a R$ 3,1717.
Diante da alta do dólar, o real tem o segundo pior desempenho da sessão, melhor apenas que o rand sul-africano. Outros emergentes, como o peso mexicano e a lira turca, também compõem o bloco das maiores perdas.
Ao longo da semana serão conhecidos importantes indicadores dos Estados Unidos, como o relatório de empregos na sexta-feira e a própria decisão de juros do Federal Reserve (Fed, banco central americano) na quarta-feira. Hoje, está prevista a divulgação do índice de gastos pessoais e o deflator do índice de preços de gastos com consumo (PCE), relativos a dezembro.
Apesar da bateria de indicadores nos próximos dias, ainda há dúvidas sobre a força do movimento no exterior. A posição da direção do Fed, mais favorável ao gradualismo no aperto monetário, e a inflação ainda contida no país tendem a limitar avanços adicionais nos juros dos títulos do Tesouro americano. Com isso, o mercado local voltaria a focar no quadro político do Brasil.
Com a condenação de Lula e até mesmo o retorno do debate sobre a reforma da Previdência ainda em fevereiro, o consenso do mercado é de que um candidato de centro-direita comece a ganhar força. O risco é a demora para que isso ocorra e atual fragmentação de candidaturas.
Nos juros futuros, a taxa projetada pelo contrato de DI para janeiro de 2021, por sua vez, avança a 8,780%, ante 8,740% no ajuste anterior, devolvendo parte da queda das últimas duas sessões. Vale apontar, contudo, que o nível era de cerca de 9% antes do julgamento de Lula.
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