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Investidor embolsa lucros e Ibovespa opera em queda; dólar sobe

29/01/2018 14h00

Em um movimento alinhado ao exterior, a bolsa brasileira embarcou num movimento de realização de lucros nesta segunda-feira. O índice passou toda a manhã no terreno negativo, mas ainda opera acima da marca de 85 mil pontos. A intensidade da queda, entretanto, sugere que se trata de um ajuste pontual, que não altera a tendência ainda positiva do mercado.


Às 13h25, o Ibovespa caía 0,59%, aos 85.029 pontos. Até esse horário, o giro financeiro somava R$ 2,633 bilhões.


Ações que tiveram forte elevação na semana passada estavam entre os destaques de queda hoje. É o caso de Bradesco ON, que recuava 2,65% às 13h, na semana passada, havia alcançado máxima histórica. Também Itaú, que também registrou recordes nos últimos pregões, caía 1,36%.


Petrobras também operava em queda, mas de forma mais limitada. Hoje, o Credit Suisse elevou o preço-alvo da ADR de US$ 12,40 para US$ 15,00, contribuindo para limitar o recuo. Há pouco, o papel ON caía 0,78% e o PN cedia 0,60%.


Mas o destaque do dia é Fibria ON, que liderou os ganhos durante toda a sessão e chegou a registrar valorização de quase 9% no melhor momento do pregão.A empresa abre hoje a temporada de balanços, com a apresentação do resultado após o fechamento do mercado.


Dólar


Ao lado dos emergentes, o mercado brasileiro de câmbio é um dos principais afetados pela recuperação global do dólar. Por aqui, a moeda americana gira em torno de R$ 3,16, afastando-se do nível de R$ 3,13 registrado nos últimos dias quando o entusiasmo com a condenação do ex-presidente Lula tomou os ativos locais.


O principal catalisador da alta veio do salto do juro da T-note de 10 anos, que superou o patamar de 2,70%, no maior nível em quase quatro anos. O avanço se ampara nos sinais de crescimento da economia americana e na bateria de indicadores econômicos dos EUA previstos para esta semana.


Por volta das 13h25, o dólar comercial avançava 0,80%, cotado a R$ 3,1641, tendo tocado máxima do dia em R$ 3,1717.


O real tem um dos cinco piores desempenhos da sessão numa lista de 33 divisas globais num dia de avanço generalizado da divisa americana. Outros emergentes, como o rand sul-africano, também compõem o bloco das maiores perdas ante o dólar.


Ainda assim, a moeda americana se desvalorizou contra a maioria das divisas globais em 2018 e no acumulado dos últimos três meses.


"Depois do movimento forte como das últimas semanas, este pode ser um catalisador para uma realização, mas não acho suficiente para alterar a tendência positiva", diz Marcos Mollica, sócio-gestor da Rosenberg Investimentos.


Juros


Mesmo pressionados pelo exterior, os juros futuros desaceleram a alta no início da tarde desta segunda-feira. A sessão é marcada por uma realização de lucros, induzida pelo avanço dos rendimentos dos yields americanos. No entanto, a percepção entre profissionais de mercado é de que a tendência positiva ainda prevalece para os mercados locais, após o impulso trazido pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


O principal catalisador da alta veio do salto do juro do título do Tesouro americano de 10 anos, que superou o patamar de 2,70%, no maior nível em quase quatro anos. O avanço se ampara nos sinais de crescimento da economia dos Estados Unidos e na bateria de indicadores econômicos previstos para esta semana.


No entanto, avanços adicionais nos juros dos Treasuries tendem a ser inibidos pela a postura da direção do Federal Reserve (Fed, banco central americano), mais favorável ao gradualismo no aperto monetário, e a inflação ainda contida no país, de acordo com profissionais de mercado. Com isso, o ambiente macroeconômico ainda seria marcado pelo crescimento global consistente, inflação global controlada e recuperação da atividade local, beneficiando o alívio nos juros futuros.


Num sinal de resiliência do segmento dos juros futuros, as taxas projetadas pelos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) já se afastam das máximas do dia. O DI para janeiro de 2021, por exemplo, é negociado a 8,760%, numa alta de apenas 2 pontos-base ante o nível de 8,740% no ajuste anterior. Com o ajuste, a taxa devolvia boa parte do avanço do período matutino, quando foi negociada a 8,810%.


No Brasil, as atenções continuam voltadas para o campo político. A semana deve contar com novas pesquisas eleitorais. Embora não se espere grandes novidades sobre o apoio aos candidatos de centro, até porque ainda há fragmentação das candidaturas, as consultas populares devem trazer sinais sobre a reação da base eleitoral de Lula.


Entre outros vencimentos no mercado, o Di janeiro/2023 subia a 9,500% (9,470% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2025 avançava a 9,890% (9,860% no ajuste anterior).


Já o DI janeiro/2019 marcava 6,775% (6,780% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2020 operava a 7,950% (7,930% no ajuste anterior).