Dólar tem maior alta semanal desde escândalo Temer-JBS
A semana mais volátil em anos nos mercados internacionais puxou o dólar para cima no Brasil. Após marcar R$ 3,12 há duas semanas, a moeda americana superou, nesta sexta-feira (9), a marca de R$ 3,30, virtualmente anulando as perdas no ano e antecipando em meio ano as previsões de analistas.
Pela Focus, o dólar deveria alcançar R$ 3,30 apenas em agosto. A expectativa de alta no segundo semestre decorria tanto da possibilidade de maior instabilidade local, por causa da eleição, quanto pela leitura de que os mercados reagiram naquele momento a sinais de inflação mais forte.O segundo fator, contudo, já está próximo.
Em relatório referente ao mês de janeiro, gestores do Fundo Verde, comandado pelo lendário Luis Stuhlberger, dizem que o real está "equilibrado" em termos de preço em relação a uma cesta de moedas. O déficit em conta corrente, que ficou em 0,5% do PIB em 2017, deve piorar neste ano, mas em ritmo lento - o que macroeconomicamente dá suporte ao câmbio. "O grande fator é que o 'carry' do real já não é mais nada de especial dentro do universo de mercados emergentes", ressalvam os gestores.A lira turca, por exemplo, oferece taxas superiores a 10% ao ano. Já o NDF de três meses do real tem indicado retorno de no máximo 5% ao ano.
Pelo lado do equilíbrio histórico, a taxa real de câmbio está, hoje, mais próxima ao patamar neutro de cinco anos. A diferença entre o índice de câmbio real efetivo (deflacionado pelo IPCA) e a taxa média de cinco anos terminou dezembro passado em -1,64%. Ou seja, o câmbio real ainda está mais depreciado, hoje, do que sua média histórica.
Para o Itaú Unibanco, apesar da recente volatilidade nos mercados globais, o ambiente internacional segue favorável a emergentes. Baseado nisso, o banco decidiu reduzir sua estimativa para o dólar/real. A projeção para o fim de 2018 caiu de R$ 3,50 para R$ 3,25. O prognóstico para 2019 diminuiu de R$ 3,60 para R$ 3,30.
No fechamento desta sexta-feira, o dólar comercial subiu 0,55%, a R$ 3,3008. É o maior patamar desde 28 de dezembro do ano passado (R$ 3,3135).A queda em 2018, que no dia 25 de janeiro era de 5,49%, agora foi reduzida para 0,38%.
Na semana, a moeda saltou 2,67%, valorização mais intensa para o período desde a disparada de 4,25% da semana do dia 19 de maio do ano passado, logo após as delações da JBS.
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